Efeito da associação de vitamina D3 e curcumina nanoencapsuladas sobre a sinalização purinérgica em modelo de artrite
Resumo
A artrite reumatoide (AR) é uma doença inflamatória crônica, autoimune, sistêmica altamente
debilitante. A vitamina D3 (VD3), possui papel imunomodulador na AR, exercendo ação inibitória sobre
linfócitos T na produção e ação de citocinas. A curcumina, polifenol derivado da Curcuma longa,
interage com alvos celulares e moleculares, promovendo efeitos farmacológicos e imunomoduladores
em muitas patologias, incluindo AR. Portanto, é de interesse científico testar uma terapia de
combinação dessas duas substâncias no tratamento desta patologia. A fim de aumentar a
biodisponibilidade e estabilidade da curcumina e aumentar a eficácia terapêutica e bioatividade da VD3
no sistema imunológico um sistema de nanoencapsulação foi utilizado. A sinalização purinérgica
desempenha um papel relevante na modulação das respostas inflamatórias e imunes da AR. Estudos
envolvendo avaliação da atividade de enzimas que participam da cascata de degradação dos
nucleotídeos da adenina são importantes para verificar a sinalização purinérgica na regulação da
resposta imune e inflamatória durante a evolução clínica de várias doenças. O objetivo deste estudo
foi avaliar os possíveis efeitos da associação destes compostos na forma nanoencapsulada, sobre a
sinalização purinérgica por meio da atividade das enzimas E-ADA e E-NTPDase, em modelo de artrite
induzida pelo adjuvante completo de Freund (CFA). Também foram avaliados parâmetro bioquímicos
e de estresse oxidativo. Ratos Wistar foram divididos em grupos com e sem indução de artrite. CFA foi
administrado na pata traseira dos animais, após 15 dias, foram realizados testes de indução da artrite,
hiperalgésica termal, edema de pata e escore de artrite. No 15º dia iniciou-se o tratamento com
nanocápsulas de VD3 (15,84 UI/dia) e curcumina 4mg/kg em separado e em associação, ou com
curcumina na forma livre 25mg/kg, com o veículo ou com nanocapsulas branca, durante 15 dias. No
30º dia foram realizados novamente testes de indução da artrite, bioquímicos e atividade das
ectoenzimas em plaquetas, neutrófilos, linfócitos, mieloperoxidase (MPO) e espécies reativas de
oxigênio (EROS). Fígado e rim foram coletados para análises histopatológicas. Os resultados
demonstram o sucesso do modelo em gerar um processo inflamatório, comprovado pelo aumento no
edema de pata e no escore de artrite e da hiperalgesia. Não foram observadas alterações
histopatológicas nas análises hepáticas dos animais e não foi encontrada deposição de nanocápsulas.
O aumento na vascularização e desorganização dos glomérulos renais dos animais artríticos foram
revertidos pelos tratamentos. Houve redução na atividade da E-NTPDase de neutrófilos e aumento na
E-ADA em neutrófilos, plaquetas e ADA em soro somados com a diminuição da E-ADA em linfócitos
sugerem uma resposta pró-inflamatória nos animais induzidos. A atividade de MPO elevada nos
animais artríticos confirmou o processo inflamatório, contudo as EROS não se alteraram pós indução
e/ou tratamento. Ambas as formulações nanoencapsuladas mostraram reduzir os sinais e sintomas da
inflamação, reverter as alterações das atividades das ectoenzimas e proteger tecidos hepáticos e renais
pela reversão visão histológica e de redução da MPO. Assim, os tratamentos em associação de
nanocapsulas obtiveram sucesso, sugerindo efeito anti-inflamatório com redução da dose, e
superação de dificuldades de absorção e distribuição desses compostos, podendo servir terapia
adjuvante para o tratamento da artrite reumatoide.
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