Afasia e enunciação: estudo das manifestações linguísticas de um sujeito com afasia em convivência grupal
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Data
2021-02-12Primeiro membro da banca
Della Méa, Célia Helena de Pelegrini
Segundo membro da banca
Milano, Luiza Ely
Metadata
Mostrar registro completoResumo
Esta pesquisa nasce do encontro do autor (psicólogo) com a problemática dos distúrbios da comunicação, especialmente as afasias, que se preocupou em compreender como uma pessoa com afasia faz-se sujeito na enunciação sendo reconhecida por seus interlocutores. Trata-se de uma pesquisa voltada aos efeitos da afasia na produção/interpretação - verbal e não verbal - de sujeitos nesta condição de linguagem. O objetivo geral foi investigar as manifestações linguísticas de um sujeito com afasia emergentes em um grupo de convivência em que participam outros sujeitos com e sem afasia. Buscou-se, assim, identificar e analisar os “discursos de si” produzidos por um sujeito com afasia no grupo, bem como discutir os efeitos do Grupo Interdisciplinar de Convivência (GIC) na expressão linguística do referido sujeito. Esta pesquisa adota uma metodologia qualitativa do tipo exploratória, utilizando-se de filmagens provenientes de um Banco de Dados Permanente do GIC, possibilitando o estudo de caso de um dos sujeitos com afasia participantes do grupo (UN). A análise dos dados deu-se de acordo com os aportes teóricos de uma Linguística de abordagem enunciativa, especialmente a benvenistiana. A partir da exposição e análise de três dados-achados (produzidos no interior do GIC), foi possível destacar elementos enunciativos que corroboraram manifestações de subjetividade na linguagem de UN, evidenciando a estrutura trinitária (eu-tu-ele) do aparelho formal da enunciação e os domínios de significação afetados pela afasia e contornados por UN. Assim, o GIC se afirmou como um espaço produtivo na interpretação das e para expressão singular do sujeito, ou seja, locus para UN se posicionar na e pela linguagem, promovendo sentidos, inclusive, sobre sua relação com a afasia. Desta maneira foi possível reafirmar a conveniência de um caminho interdisciplinar no cuidado longitudinal de sujeitos com afasia, valorizando-se a apropriação de teorias linguísticas para orientar a prática clínica junto a tais sujeitos, principalmente, no contexto grupal que amplia as oportunidades de interação verbal e social.
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