Desenvolvimento de nanocápsulas poliméricas com diferentes revestimentos para a liberação cerebral de vimpocetina
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Data
2018-02-02Primeiro membro da banca
Laporta, Luciane Varini
Segundo membro da banca
Codevilla, Cristiane Franco
Metadata
Mostrar registro completoResumo
A vimpocetina (VP) é usada em desordens neurodegenerativas e pesquisas têm
indicado um promissor efeito anticonvulsivante relacionado a esse fármaco. No entanto, ele
apresenta algumas limitações como baixa solubilidade em água e curta meia-vida. Sistemas
nanoparticulados poliméricos são descritos na literatura como alternativas para aumentar a
solubilidade de substâncias, promover o controle de liberação, bem como melhorar a
capacidade de liberação cerebral de moléculas ativas. O objetivo deste trabalho foi
desenvolver nanocápsulas biodegradáveis de poli(ɛ-caprolactona) (PCL Mn 10.000), com
diferentes revestimentos, para a liberação cerebral de vimpocetina, avaliando-se as
características físico-químicas, capacidade de controle de liberação e de alteração ou não da
permeabilidade/integridade das junções intercelulares da barreira hematoencefálica (BHE).
As nanocápsulas (NCs) foram obtidas pelo método de deposição interfacial de polímero préformado
(n=3), sendo preparadas formulações definidas de acordo com os seus
revestimentos/estabilizantes [polissorbato 80 (NCs-VP-P80), polissorbato 80 e
polietilenoglicol 4000 (NCs-VP-P80/P4000) ou polissorbato 80 e polietilenoglicol 6000 (NCs-
VP-P80/P6000)]. As NCs apresentaram tamanho submicrométrico (em torno de 200 nm,
Zetasizer®), estreita distribuição de tamanho (IPd < 0,11), potencial zeta negativo, teor de
vimpocetina próximo ao teórico (96 – 98%) e elevada eficiência de encapsulamento (EE >
99%). O tamanho nanométrico foi confirmado por análises através de difração a laser. O tipo
de revestimento das NCs influenciou significativamente a viscosidade relativa desses
sistemas (p<0,05), determinada por viscosímetro capilar. As suspensões de NCs foram
estáveis por 60 dias após a preparação, havendo decaimento no teor e aumento significativo
do tamanho de partículas após 90 dias de armazenamento, sem influência da presença ou
não de PEG. A liberação in vitro, a partir das NCs, foi realizada utilizando sacos de diálise e
tampão fosfato pH 7,4/etanol (70:30 v/v) como meio. Essas estruturas foram capazes de
controlar a liberação da vimpocetina em comparação ao fármaco livre, sem efeito burst, sendo
que a cinética de liberação não foi afetada pela presença de PEG ou por seu peso molecular.
Entretanto, o PEG afetou o mecanismo de liberação da vimpocetina. As nanocápsulas
apresentaram morfologia esférica e tamanho coloidal, quando analisadas por microscopia
eletrônica de varredura, após a liofilização dos sistemas empregando trealose (10% p/v). No
estudo in vivo, avaliou-se a integridade da BHE em camundongos, por via intraperitoneal,
usando fluoresceína de sódio como marcador de abertura, uma vez que ela não atravessa a
BHE íntegra. Os resultados demostraram que não houve diferença significativa (p>0,05) entre
o tratamento com as NCs contendo ou não o fármaco em relação aos controles (VP livre e
salina), considerando a relação cérebro/sangue de concentração de fluoresceína. Assim,
esses sistemas não promoveram alteração ou ruptura da BHE, segundo o estudo realizado,
sendo um indício de segurança. Neste sentido, as NCs de PCL desenvolvidas são sistemas
promissores para a liberação cerebral de vimpocetina, tendo em vista o tratamento futuro de
distúrbios neurológicos, como a epilepsia.
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