Experiência de famílias frente ao adoecimento por câncer sem possibilidade de cura
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Data
2020-03-11Primeiro membro da banca
Cordeiro, Franciele Roberta
Segundo membro da banca
Cogo, Silvana Bastos
Terceiro membro da banca
Hildebrandt, Leila Mariza
Metadata
Mostrar registro completoResumo
O câncer é uma doença crônica que traz inúmeras repercussões na vida da pessoa
que a vivencia e de sua família, já que não existe um sujeito e uma doença separados,
mas um indivíduo que adoece juntamente com sua família. Nas situações em que não
possui mais possibilidade de cura, é imprescindível que a família seja incluída no
processo assistencial, devendo ser considerada unidade de cuidado. O estudo teve
como objetivo compreender a experiência de famílias frente ao adoecimento por
câncer sem possibilidade de cura por um de seus membros. Trata-se de pesquisa de
família, na perspectiva qualitativa, pautada no referencial teórico-metodológico da
Teoria Fundamentada nos Dados (TFD). Participaram seis famílias, totalizando 15
pessoas, vivenciando a experiência do adoecimento por câncer sem possibilidade de
cura. Como locais de referência para captação das famílias, selecionou-se o Serviço
de Atenção Domiciliar (SAD) e a Equipe Matricial de Paliação vinculados ao Hospital
Universitário de Santa Maria (HUSM). Os dados foram coletados nas residências das
famílias e no HUSM, no período de janeiro a dezembro de 2019, por meio de entrevista
em profundidade gravada em áudio e transcrita na íntegra, além da construção do
genograma e ecomapa das famílias. Para o armazenamento e organização dos dados
utilizou-se o programa Nvivo® versão 10. A análise dos dados seguiu os passos
preconizados pelo método comparativo constante da TFD: codificação aberta, seletiva
e teórica. Os princípios da Resolução do Conselho Nacional de Saúde nº 466/2012
foram seguidos durante todas as etapas da investigação, sendo a pesquisa aprovada
pelo Comitê de Ética em Pesquisa sob parecer consubstanciado n° 3.109.307. A
análise dos dados resultou em cinco conceitos: Descobrindo o câncer; Sofrendo com
a realidade imposta pelo adoecimento; Preparando-se para enfrentar o adoecimento;
Decidindo a respeito do tratamento; Deparando-se com a finitude da vida. A partir
destes, foi possível identificar a categoria central denominada VIVENDO UM DIA DE
CADA VEZ, que resultou na construção da teoria substantiva “Permitindo-se manter
a esperança: a experiência de famílias frente ao adoecimento por câncer sem
possibilidade de cura”. A teoria evidencia o movimento que a família realiza, tanto
em sua dinâmica familiar quanto em suas interações interpessoais, desde a
descoberta do câncer, as repercussões que esse desencadeia na família,
perpassando pelas estratégias utilizadas para enfrentar o adoecimento e o tratamento
que culminam na terminalidade da vida do doente. Conhecer a compreensão das
famílias acerca do adoecimento por câncer sem possibilidade de cura pode contribuir
para reflexões dos enfermeiros e demais profissionais de saúde sobre o cuidado, que
deve considerar as particularidades e significados das experiências vivenciadas pela
unidade familiar.
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