Sofrimento moral em estudantes de enfermagem e medicina
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Data
2019-08-09Primeiro coorientador
Silva, Augusto Maciel da
Primeiro membro da banca
Bordignon, Simoní Saraiva
Segundo membro da banca
Jacobi, Luciane Flores
Metadata
Mostrar registro completoResumo
Dentre os conflitos vivenciados pelos estudantes da área da saúde, no seu processo formativo, estão os
éticos e morais, em que os mesmos podem apresentar diversos sentimentos e vivenciar diferentes formas
de sofrimento, como o sofrimento moral, quando não consegue exercer uma ação eticamente necessária,
com sensação de impotência. Dessa forma, este estudo teve como objetivo geral identificar a intensidade
e frequência de sofrimento moral em estudantes de Enfermagem e Medicina, e como objetivos
específicos: adaptar e validar a Escala de Sofrimento Moral para Estudantes de Enfermagem (ESMEE)
para população de estudantes de Enfermagem e Medicina; descrever o perfil sociodemográficos e
acadêmico dos estudantes de Enfermagem e Medicina e, identificar associações entre o sofrimento
moral e variáveis sociodemográficas e acadêmicas em estudantes de Enfermagem e Medicina. Trata-se
de um estudo realizado em duas etapas, uma metodológica e outra transversal, em uma universidade
federal do Rio Grande do Sul, com estudantes de Enfermagem e Medicina.
A coleta dos dados foi realizada nos meses de abril, maio e junho de 2017, com estudantes de
Enfermagem e nos meses de outubro, novembro e dezembro de 2017 com estudantes de Medicina, com
aplicação da Escala de Sofrimento Moral para Estudantes de Enfermagem (ESMEE) adaptada, além de
questões sociodemográficas e acadêmicas. Na análise metodológica, a confiabilidade do instrumento foi
testada por meio do alfa de Cronbach, e realizada análise fatorial exploratória e análise fatorial
confirmatória e, na etapa transversal, empregou-se estatística descritiva, e os testes de Kruskal-Wallis e
U de Mann-Whitney. Ainda foi utilizado o Algoritmo de Machine Learning a fim de classificar os níveis
de intensidade do sofrimento moral em baixo, médio e alto. Participaram do estudo 459 alunos, sendo
342 do curso de Medicina e 117 do curso de Enfermagem. Os resultados permitiram observar que a
escala aplicada apresentou validade e confiabilidade adequadas para ambos os estudantes, sendo sua
versão final constituída de 36 questões, agrupadas em quatro constructos, sendo estes Comprometimento
da dimensão ética do cuidado ao usuário, Condições institucionais inadequadas para o ensino do cuidado
ao usuário, Conflitos frente à formação profissional e Desrespeito a dimensão ética da formação
profissional. Os estudantes de Enfermagem apresentaram maior intensidade e, os estudantes de
Medicina, maior frequência de sofrimento moral. No entanto, a intensidade do sofrimento moral de
ambos foi avaliada como média, seguindo os parâmetros analisados. Com relação à vivência de
sofrimento moral pelos estudantes, estas estão associadas à idade, sexo, curso, semestre cursado, a
realizar atividades como bolsista no contexto acadêmico e ter uma patologia diagnosticada. Ainda, ao
sofrimento moral, estão relacionadas as falhas docentes, desarticulação entre teoria e prática e ao sistema
de cuidados no âmbito institucional e organizacional. Contudo, o sofrimento moral é uma realidade
presente no contexto de acadêmicos de Enfermagem e Medicina, sendo necessárias estratégias para o
enfrentamento deste, bem como, discussões acerca desta temática na formação profissional.
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