Mobilização articular em pacientes com disfunção temporomandibular: estudo controlado randomizado

Visualizar/ Abrir
Data
2016-08-03Primeiro coorientador
Silva, Ana Maria Toniolo da
Primeiro membro da banca
Bigaton, Delaine Rodrigues
Segundo membro da banca
Soares, Marcia Keske
Metadata
Mostrar registro completoResumo
A Disfunção Temporomandibular (DTM) é uma condição que afeta os músculos
mastigatórios, além de estruturas associadas. A abordagem terapêutica da fisioterapia na
DTM inclui modalidades, que podem ser aplicadas de maneira isolada ou combinada, tais
como: ultrassom, laserterapia, mobilização da articulação temporomandibular (ATM) e
coluna cervical e manipulação cervical. Estas intervenções ainda precisam ser melhor
investigadas, quanto aos seus efeitos e com instrumentos quantitativos de avaliação das
estruturas do sistema craniocervicomandibular. Assim, esta pesquisa tem como objetivo
verificar o efeito da mobilização articular da ATM e do osso hioide sobre o limiar de dor e
atividade eletromiográfica dos músculos mastigatórios e cervicais, em mulheres com DTM
grave. Ainda, propõe-se a avaliar a resposta desta técnica sobre a disfunção cervical.
Participaram da pesquisa 26 mulheres, com média de 27,92 (± 6,06) anos, com diagnóstico
de DTM, avaliadas pelos Critérios de Diagnóstico para Pesquisa de Desordens
Temporomandibulares (RDC/TMD) e, classificada como grave, conforme o escore do Índice
Temporomandibular (ITM >0,5). Todas as participantes foram distribuídas, aleatoriamente,
em dois grupos: grupo controle (GC, n=13) e grupo tratamento (GT, n=13). Foram avaliadas,
quanto à disfunção cervical, por meio do Índice de Disfunção Craniocervical (IDCC); limiar
de dor, pela algometria dos músculos mastigatórios e cervicais e, eletromiografia de
superfície destes músculos, nas situações de repouso e máxima intercuspidação (MI). As
avaliações foram realizadas no início (A1) e, após cinco semanas (A2) em ambos os grupos.
As participantes do GT foram submetidas a 10 sessões de fisioterapia, com técnicas de
mobilização da ATM e do osso hioide. As participantes do GC aguardaram para serem
tratadas após este período. Na avaliação dos subgrupos diagnósticos de DTM, houve
redução da disfunção mista de 92,3% para 15,4%, respectivamente, em A1 e A2, no GT.
Além disso, o diagnóstico de DTM, presente em todas as pacientes na A1, foi suprimido em
69,2% das pacientes do GT, em A2. Houve um aumento de 27,40% no limiar de dor no
músculo temporal anterior e 8,57% de diminuição na região inferior do masseter no GT, na
comparação entre A1 e A2. Em ambos os grupos, houve aumento do limiar de dor na região
média do masseter (10 e 7,98%, no GC e GT, respectivamente). O limiar aumentou nos
músculos subocciptais em 1,42% e 6,23%, no GC e GT, respectivamente, na comparação
entre A1 e A2 e em 77% nos escalenos, no GT, comparado ao GC em A2. A atividade
elétrica do esternocleidomastóideo, na máxima intercuspidação, aumentou em 6,97% no GC
e 6,32% no GT, nas avaliações A1 e A2. Os músculos mastigatórios não apresentaram
diferença entre os grupos e entre as avaliações (A1 e A2) em ambos os grupos. Estes
achados mostram que, a mobilização articular foi efetiva na supressão da DTM, na melhora
da disfunção cervical e na sensibilidade dolorosa dos músculos temporal anterior e
escalenos. A técnica não interferiu na atividade muscular que, mostrou-se pouco alterada
nas participantes do estudo, apesar destas apresentarem DTM grave.
Os arquivos de licença a seguir estão associados a este item: