Uso de paredes vivas na qualidade do ambiente interno: estudo de caso em sala de aula na cidade de Santa Maria - RS
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Data
2020-12-01Primeiro membro da banca
Correa, Celina Maria Britto
Segundo membro da banca
Pippi, Luis Guilherme Aita
Metadata
Mostrar registro completoResumo
O uso da vegetação como estratégia bioclimática no ambiente construído é
amplamente reconhecido pelos benefícios relacionados ao conforto térmico,
característica proveniente do emprego da vegetação no meio urbano, tanto de forma
isolada quanto integrada à edificação. Porém, a utilização de espécies vegetais
também oferece benefícios aos usuários de ambientes internos, tais como a
purificação do ar, conforto ambiental e maximização do bem-estar. Atualmente,
passamos maior parte do tempo em ambientes fechados. Assim, essa estratégia
acrescenta também ao projeto arquitetônico o conceito de biofilia, inerente inclinação
humana de afiliação à natureza, fundamental para saúde física, mental e o bem-estar
das pessoas. De modo geral, a qualidade do ambiente interno refere-se ao grau de
eficiência e conforto experimentado por indivíduos em recintos interiores de
edificações. O uso da vegetação como qualificador do ar no ambiente interno é
estudado desde os anos 1970, no entanto estudos sobre uso de jardins verticais em
interiores são recentes e algumas vezes limitados a câmaras hermeticamente
fechadas. Neste contexto, existem poucos estudos aplicados em situações reais
relacionadas a qualidade do ambiente interno e o uso de jardins verticais. Este
trabalho teve como objetivo avaliar os benefícios referentes ao bem-estar, conforto e
qualidade do ar proporcionados aos estudantes/usuários de uma sala de aula através
da inserção de paredes vivas nesse ambiente. Do ponto de vista experimental, a
pesquisa foi realizada entre fevereiro e novembro de 2019 (incluindo a produção de
mudas, plantio nos módulos, implantação dos jardins verticais e coleta de dados), na
sala de aula D2 da 3ª série do ensino médio do Colégio Politécnico da Universidade
Federal de Santa Maria. Neste estudo foram utilizadas duas espécies vegetais, a
Arachis repens (grama-amendoim), planta nativa do Brasil (amplamente usada em
coberturas vegetadas) e a Chlorophytum comosum (clorofito), reconhecida como
espécie removedora de compostos orgânicos voláteis. Adotou-se como metodologia
a abordagem multimétodos utilizada nos estudos de percepção ambiental, elencandose
a identificação da percepção dos usuários e a medição de parâmetros como
métodos de pesquisa, utilizando-se das ferramentas para coleta de dados: aplicação
de questionários, medição de parâmetros químico e físicos (concentração de gás
carbônico, temperatura e umidade relativa), levantamento fotográfico e aplicação de
teste de preferência. Esta pesquisa demonstrou, de modo geral, que o uso de jardins
verticais trouxe benefícios aos usuários, qualificando o ambiente interno escolar. Entre
as espécies utilizadas, a grama-amendoim apresentou melhores resultados quanto a
análise de percepção dos alunos e aos parâmetros aferidos de concentração de gás
carbônico e umidade relativa do ar.
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