Avaliação da composição fitoquímica, da atividade antioxidante e da toxicidade in vivo de Leandra australis
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Data
2021-08-23Primeiro membro da banca
Brucker, Natália
Segundo membro da banca
Machado, Michel Mansur
Metadata
Mostrar registro completoResumo
A riqueza da biodiversidade brasileira e a tradição popular sobre plantas ditas como medicinais faz com que a fitoterapia seja amplamente utilizada nos dias atuais. Dentre as plantas utilizadas, destaca-se a espécie Leandra australis, conhecida popularmente como pixirica. Esta espécie é utilizada popularmente para doenças inflamatórias e como emagrecedora. Apesar de seus usos populares, há poucos estudos na literatura atual sobre suas moléculas químicas e atividades farmacológicas. Além disso, até o momento, não foram encontrados estudos toxicológicos com esta espécie vegetal. Sendo assim, este trabalho teve como objetivo avaliar a composição química, toxicidade e atividade antioxidante de L. australis. A planta foi coletada em Março/2015, identificada e extraída por maceração, com etanol 50%. Posteriormente, seu extrato bruto foi fracionado com solventes de polaridade crescente (hexano, clorofórmio, acetato de etila e butanol). O extrato bruto, frações e resíduo aquoso restante do fracionamento foram concentrados em evaporador rotatório sob temperatura inferior a 45°C. A avaliação da composição química por Cromatógrafo Líquido de Alta Eficiência (CLAE) acoplado à Espectrometria de Massas foi realizada com o extrato bruto. As quantificações de metabólitos secundários (polifenóis totais, flavonoides, taninos condensados e alcaloides totais) foram realizadas em Espectrofotometria UV-Vis com o extrato bruto, frações e resíduo aquoso. A avaliação da atividade antioxidante do extrato, frações e resíduo aquoso ocorreu por três métodos diferentes realizados também em Espectrofotômetro UV-Vis, sendo eles: avaliação da captura do radical DPPH, determinação da habilidade de redução do ferro (FRAP), e co-oxidação com betacaroteno e ácido linolênico. A avaliação da toxicidade do extrato bruto foi realizada a partir de métodos alternativos in vivo, sendo a citotoxicidade realizada em Artemia salina e a genotoxicidade realizada em células de radículas de Allium cepa. A toxicidade também foi avaliada a partir de protocolos de toxicidade aguda e de doses repetidas de 28 dias da OECD 423 e 407 utilizando ratos Wistar. As amostras com maior rendimento foram resíduo aquoso, butanol e extrato bruto. Nos doseamentos destacaram-se o elevado teor de compostos fenólicos e taninos condensados nas amostras, sendo também possível quantificar o ácido gálico (19,32±0,39 mg/g de extrato), rutina (12,30±0,01 mg/g de extrato) e quercetina (162,58±0,68 mg/g de extrato) no extrato da planta analisado em CLAE. A espécie em estudo apresentou considerável atividade antioxidante em seu extrato e frações. O perfil de toxicidade da espécie, inédito, não apresentou citotoxidade para A. salina (CL50 1.607,15 μg/mL), porém foi evidenciada uma possível atividade antiproliferativa (genotóxica) no extrato bruto desta espécie. A avaliação da toxicidade em ratos Wistar mostrou que a administração aguda e de doses repetidas não ocasionou mortes ou alterações comportamentais nos animais. Porém, a administração aguda identificou alterações nos níveis de BUN nos animais testados, o que mostra possível dano renal. Quando administrada de forma contínua por 28 dias, a planta não ocasionou alterações hematológicas e a avaliação bioquímica não identificou sinais de toxicidade. Estes resultados mostram que a espécie vegetal apresenta baixa toxicidade e reforça a importância da realização de estudos sobre administração oral crônica a fim de confirmar a segurança para seu uso medicinal.
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