Condicionantes estruturais e domésticas à indústria de defesa em países emergentes: análise nos casos de Índia, Turquia, Brasil e África do Sul

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Date
2021-08-26Primeiro membro da banca
Rodriguez, Júlio César Cossio
Segundo membro da banca
Ferreira, Marcos José Barbieri
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A legitimação dos gastos militares e do investimento estatal em defesa é alvo de frequentes contestações e escrutínio. A ordem internacional existente, as pressões pelo equilíbrio orçamentário doméstico e a dificuldade na avaliação de transbordamentos tecnológicos contribuem para tornar o debate ainda mais nebuloso. Utilizando-se do método histórico-comparado, o presente trabalho propõe explicar as trajetórias da indústria de defesa em Estados emergentes na ordem internacional pós-Segunda Guerra Mundial, notadamente Índia, Turquia, África do Sul e Brasil. A hipótese de trabalho é que o sucesso da indústria de defesa é condicionado à capacidade desta em tornar-se global, aproveitando-se da interação entre fatores estruturais e domésticos. O modelo analítico do trabalho tem como variáveis independentes: o tipo de ameaça percebida - global, regional e nula - e o tipo de Estado - predatório, intermediário ou desenvolvimentista; como variáveis intervenientes o tipo de aliança - ao hegêmona, ao desafiante ou autonomista - e o papel do Estado - regulador, demiurgo, parteiro e cultivador; como variável dependente, o tipo de indústria de defesa: globalizada desenvolvida, globalizada mínima, autóctone desenvolvida e autóctone mínima. Índia e Turquia apresentam ameaças regionais bem delimitadas, ao passo que Brasil e África do Sul possuem menor grau de ameaça. Entretanto, explicações baseadas unicamente em considerações securitárias são insuficientes para explicar a evolução das bases industriais de defesa existentes em tais países. Os casos aqui analisados resultam em indústrias de defesa do tipo globalizada desenvolvida e globalizada mínima, cujas diferenças são produtos de diferentes padrões de atuação estatal e estão manifestas principalmente no acesso a mercados nacionais e internacionais de defesa, com maior ou menor especialização produtiva e respondendo a diferentes lógicas de inovação, conteúdo doméstico, promoção de exportações e acesso à tecnologia.
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