Aspectos biopsicossociais e sexuais entre mulheres climatéricas em uma região do sul do Brasil: um estudo quantitativo
Visualizar/ Abrir
Data
2021-08-12Primeiro membro da banca
Girardon-Perlini, Nara Marilene Oliveira
Segundo membro da banca
Moreschi, Claudete
Metadata
Mostrar registro completoResumo
O Climatério é um fenômeno fisiológico, natural e genético que produz diversas alterações em mulheres de meia idade. Diferenças de pensamentos, crenças, hábitos, conceitos, além de fogachos, sudorese, alterações no padrão de sono e repouso são algumas das mudanças características desse período transitório. As alterações sexuais foi importante aspecto citado pelos autores, onde as mulheres referiram modificações na libido e na frequência com que praticam atividade sexual, e ambos aspectos permearam e delimitaram o biopsicossocial da mulher entre 45 e 65 anos. Esse estudo realizou um levantamento de dados quantitativos com base nas respostas das pacientes submetidas a atendimento no ambulatório de Climatério do Hospital Universitário de Santa Maria (HUSM) e na Atenção Primária em Saúde (APS) de São Sepé. O objetivo do estudo foi analisar o perfil biopsicossocial das mulheres atendidas no ambulatório de Climatério do HUSM e na APS do Município de São Sepé e identificar suas principais morbidades no período. Foi aplicado um questionário estruturado com 131 mulheres com idade média de 55,13 anos, sendo a maioria delas entre 55 e 59 anos. No que tange à escolaridade, 66,1% delas estudaram até completar o Ensino Fundamental, o que caracteriza um público de baixa renda. Os principais resultados foram apresentados e discutidos através de capítulos temáticos. Os dados encontrados no que concerne aos hábitos de vida dessa população apresentaram um alto percentual de mulheres (26,7%) que fazem uso do tabaco na meia idade e, ainda, 71,5% são mulheres que não têm o hábito de realizar atividade física. Aos antecedentes familiares os dados encontrados apontaram para uma maior prevalência de câncer de mama dentro das famílias (34%). Referente aos aspectos ginecológicos observou-se a idade média da menopausa aos 47,44 anos. O principal ponto de convergência entre as mulheres, dentro do eixo de morbidades, foi o elevado índice de Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS), 52% das mulheres referem conviver com a doença e ainda, consumir diariamente um ou mais fármacos para seu controle. A pesquisa exibe também dados expressivos de problemas neuropsiquiátricos nessa população, pois 39% das mulheres afirmaram conviver com doenças como depressão, ansiedade, irritabilidade e labilidade emocional. Dentre os sintomas mais prevalentes no estudo, as dores musculares ficaram em primeiro lugar, somando 77% da amostra, dessas, 37% referem que as dores musculares interferem em suas atividades diárias de maneira extremamente severa. Os sintomas relacionados à irritabilidade (73%), ansiedade (63%) e esgotamento físico e mental (61%) também foram soberanos dentre as respondentes. Os fogachos foram mencionados em 63% das respostas dentro de alguma intensidade. No que diz respeito ao uso de fármacos entre as mulheres climatéricas, o dado encontrado chamou atenção: 81,7% delas fazem uso de alguma medicação de uso contínuo e diário. O capítulo referente à sexualidade das mulheres pesquisadas demonstrou a diminuição da frequência da atividade sexual, além de anorgasmia em 29% delas. Frente a essa demanda, a análise desses dados é relevante na compreensão e interpretação de tais mudanças, a fim de complementar a Educação em Saúde de Enfermagem para com as mulheres, além da melhora do vínculo entre respondentes e pesquisadas.
Coleções
Os arquivos de licença a seguir estão associados a este item: