Psicanálise na rua: clínica e política
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Data
2021-08-30Primeiro membro da banca
Marino, Adriana Simões
Segundo membro da banca
Guazina, Félix Miguel Nascimento
Metadata
Mostrar registro completoResumo
A proposta e o desejo de fazer esta pesquisa tem sua inauguração no seguinte questionamento: Como se dá a práxis psicanalítica na rua? Neste sentido, pensando o contexto da rua enquanto enquadre para o acontecer da clínica. Por inspiração nas Clínicas em espaços públicos de São Paulo, como a “Psicanálise na Praça Roosevelt”, “Clínica Pública de Psicanálise da Vila Itororó” e a “Psicanálise na Praça” de Porto Alegre, assim como em demais movimentos que estão reverberando destes e acontecendo em várias regiões do Brasil, surge a inquietação e a convocação para ir até as pessoas e a cidade em outra posição da que costumamos ir – dessa vez pensando na proposta de uma clínica no espaço público, na tentativa de apropriação desse espaço para falar de um lugar que fui percebendo que pode ser também de psicanálise – este grifo no sentido de inclusão - ainda com frequência presumida por ser uma teoria e uma prática individualista e até mesmo elitizada. Mas o que faz uma clínica ser possível no espaço público, ou, ainda, o que faz de uma clínica ser operada apenas de forma particular e não de forma gratuita no espaço público? Conhecemos modalidades de clínica ampliada que, inclusive, vem junto com importantes conquistas da reforma psiquiátrica. Existem nas políticas públicas os Consultórios na Rua e formas de ampliar a clínica como o Atendimento Terapêutico, por exemplo. Mesmo percebendo existir certo embaraço no que, afinal, está se fazendo se não se está fazendo isso, de antemão situo que a clínica na rua que viemos construindo não se dispõe no mesmo lugar que as demais práticas supracitadas. As clínicas de psicanálise em espaços públicos, portanto, não são as únicas formas tanto de pensar modalidades de enquadre clínico ou de estar nestes fazendo clínica. Não é um propósito, aqui, discorrer sobre essas práticas que julgo imprescindíveis, mas situarmo-nos no que faz da nossa clínica algo dissemelhante de alguns moldes que conhecemos. Uma possibilidade no Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Universidade Federal de Santa Maria é apresentarmos nossa dissertação no formato de dois artigos, para posterior publicação. Assim, minha escolha foi seguir por este caminho, apresentando duas construções teóricas acerca da minha temática. Trago minha experiência em duas partes de discussão, sendo a primeira com o artigo intitulado “Considerações sobre a experiência em uma clínica de Psicanálise na rua”; seguido pelo segundo: “Uma clínica de psicanálise na rua: reflexões ético-políticas”. Partindo disto, minhas intenções nesse trabalho foram construir reflexões e trazer a teoria ao encontro da prática da clínica Psicanálise na Rua a partir da experiência da clínica que vem sendo desenvolvida na cidade de Santa Maria, Rio Grande do Sul. Bem como pensar aspectos éticos e políticos desta prática clínica. Assim, também numa tentativa de contribuir para construções teórico-práticas de Clínicas de psicanálise em espaços públicos. No que toca esta escrita, penso que ela é importante para o entorno de uma prática que ainda é nova e possui pouco material advindo dessas experiências. A experiência, aqui, toma o sentido de uma palavra-chave, pois a partir dela pretendo trazer a singularidade da prática, ir ao encontro da teoria e pensar o que decanta da psicanálise na rua como uma possibilidade clínica.
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