Os brasileiros têm uma relação com seu dinheiro bastante deficitária: mais de metade das famílias estão endividadas, e menos de 1% da população investe na bolsa de valores. A ciência psicológica pode contribuir para que este cenário se configure de forma mais positiva, desenvolvendo conceitos sobre tomada de decisão em cenários financeiros, evidenciado que não há como agir de forma totalmente racional, sendo o homem influenciado por vieses cognitivos, mas podendo treinar-se para lidar melhor com isso. O presente estudo teve como objetivo compreender a relação que os brasileiros têm com seu dinheiro, em situação de investimento, a partir da Teoria do Prospecto. O método utilizado foi um questionário quantitativo de autorrelato, aplicado a 241 brasileiros. Foram realizadas análises descritivas e inferenciais. A análise demonstra correlações de Spearman que evidenciam o efeito certeza, a heurística de ancoragem, a aversão a risco e a heurística de representatividade, além de questões emocionais, que influenciam no processo decisório. Conclui-se que a Teoria do Prospecto mantém-se atual, e insiste-se na relevância de trabalhos de educação financeira no Brasil, em busca de um país com maior paridade socioeconômica, sendo a Psicologia uma área de conhecimento com muito a agregar em políticas públicas sobre a temática.