Genética da resistência de Spodoptera frugiperda (J. E. Smith, 1797) a clorpirifós e resistência cruzada com outros inseticidas
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Date
2022-01-14Primeiro membro da banca
Sosa-Gómez, Daniel Ricardo
Segundo membro da banca
Stürmer, Glauber Renato
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A lagarta-do-cartucho, Spodoptera frugiperda (J. E. Smith, 1797) (Lepidoptera: Noctuidae), é uma espécie polífaga de relevância global devido aos danos que causa às culturas agrícolas e sua capacidade em evoluir para resistência a táticas de controle. Neste estudo, selecionou-se um genótipo de S. frugiperda resistente ao inseticida clorpirifós (inibidor da enzima acetilcolinesterase), a partir de uma população de campo (coletada em área com histórico de falhas de controle com clorpirifós). Após a seleção, foram realizados estudos de caracterização da herança da resistência, estimativa do custo adaptativo, avaliação da resistência cruzada com outros modos de ação e dos mecanismos de resistência usando sinergistas. No estudo de herança da resistência, curvas de dose-resposta foram obtidas em bioensaios de aplicação tópica de clorpirifós com os genótipos resistente (Clorp-R), suscetível (Sus) e progênie F1 dos cruzamentos recíprocos (heterozigotos). Para a avaliação da resistência cruzada, os genótipos Clorp-R e Sus foram expostos a acefato, tiodicarbe, metomil, clorfenapir, flubendiamida, metoxifenozida, espinetoram e teflubenzuron. Para avaliar os possíveis mecanismos de resistência, lagartas do genótipo Clorp-R foram previamente expostas aos sinergistas butóxido de piperonila (PBO), dietil maleato (DEM) e S,S,S-tribultiltrifosforotritioato (DEF) e, posteriormente, receberam doses de clorpirifós. O custo adaptativo da resistência foi estimado a partir da comparação dos parâmetros biológicos dos genótipos Clorp-R, Sus e heterozigotos em folhas de algodão, milho, soja e aveia. Os valores de DL50 de clorpirifós para os genótipos Clorp-R e Sus foram 24,26 e 0,023 μg i.a./larva, respectivamente, indicando uma razão de resistência >1050 vezes. Os valores de DL50 de clorpirifós para os heterozigotos foram 3,34 e 4,00 μg i.a./larva, sugerindo que a herança da resistência é autossômica. Detectou-se também que a resistência de S. frugiperda a clorpirifós é influenciada por poucos genes, com um número mínimo de segregações de 1,74 e 1,88. Em plantas e folhas de milho pulverizadas com clorpirifós, os genótipos Clorp-R e heterozigotos apresentaram sobrevivência >95% e >52%, respectivamente, enquanto o genótipo Sus não sobreviveu, indicando que a resistência é incompletamente dominante na dose de bula de clorpirifós. O genótipo Clorp-R apresentou resistência cruzada ao acefato, mas baixa resistência cruzada a tiodicarbe, metomil, clorfenapir, flubendiamida, metoxifenozida, espinetoram e teflubenzuron. O estudo com os sinergistas indicou que a resistência a clorpirifós no genótipo resistente de S. frugiperda selecionado para este estudo teve pouca influência de mecanismos metabólicos. Constatou-se também que o genótipo Clorp-R apresentou custo adaptativo da resistência a clorpirifós em todos as plantas hospedeiras avaliadas. Em resumo, a herança da resistência a clorpirifós em S. frugiperda é autossômica, incompletamente dominante, poligênica e associada a custo adaptativo. Baixa resistência cruzada entre clorpirifós e inseticidas com outros modos de ação ocorre em S. frugiperda. Portanto, a realização de rotação de modos de ação é essencial para retardar a evolução da resistência de S. frugiperda a clorpirifós e outros inseticidas.
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