Grapiprant e dipirona na analgesia pós-operatória de gatas submetidas a ovariohisterectomia eletiva
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Data
2022-03-11Primeiro coorientador
Oliveira, Marília Teresa de
Primeiro membro da banca
Moreira, Rodrigo Mencalha
Segundo membro da banca
Freitas, Gabriele Coelho
Metadata
Mostrar registro completoResumo
O grapiprant, fármaco pertencente a nova classe piprant, é um potente antagonista e com alta especificidade ao receptor EP4 da prostaglandina E2. Atualmente, encontra-se aprovado em vários países para o controle da dor crônica e inflamação em cães. Embora a literatura ainda careça de estudos avaliando sua eficácia em gatos, o mesmo demonstrou ser seguro para administração em felinos por longos períodos. Portanto, o objetivo deste trabalho é avaliar a eficácia da administração de grapiprant associado a dipirona para analgesia pós operatória de gatas submetidas a ovariohisterectomia eletiva. Para isso, foram utilizadas 26 gatas adultas, sem raça definida e consideradas saudáveis através de avaliação clínica e exames complementares. Após três dias de adaptação ao ambiente e equipe, os animais foram submetidos a ovariohisterectomia eletiva por celiotomia e alocadas em três grupos de acordo com o tratamento utilizado: DIP (Grupo dipirona, 25 mg.kg-1 8/8 horas), GRA (Grupo grapiprant, 2 mg.kg-1 24/24 horas) e GDG (Grupo grapiprant 2 mg.kg-1 24/24 horas + dipirona 25 mg.kg-1 8/8 horas). Em ambos os grupos, os medicamentos foram administrados via oral, iniciando 2 horas antes da cirurgia. A dor pós operatória foi avaliada utilizando a escala multidimensional da UNESP para dor em felinos (EUNESP) e a escala composta de Glasgow adaptada para felinos (EGLASGOW). As avaliações foram realizadas no terceiro dia de adaptação (Basal) e 1, 3, 6, 8, 12 e 24 horas após o procedimento cirúrgico. Realizou-se a coleta de sangue e urina para avaliação de hemograma, bioquímica sérica e urinálise, imediatamente antes da administração dos tratamentos (Basal) e 24 horas após a extubação. Na avaliação de dor pós operatória, os escores de dor diferiram ao longo do tempo entre os três tratamentos. Em todos os grupos avaliados, os animais necessitaram um alto índice de resgate analgésico (GDG = 62,50%; DIP = 87,50% e GRA = 50,00%) nas primeiras 3 horas de avaliação. Os grupos GDG e DIP obtiveram menores escores de dor da 3 até as 24 horas. Entre os tempos para um mesmo grupo, apenas GDG apresentou menores escores de dor em na vigésima quarta hora de avaliação quando comparado a terceira hora. Nenhum animal do estudo necessitou de resgate analgésico a partir da 6h de avaliação. O GDG obteve aumento significativo de leucócitos do basal para 24 hora. No período basal, o grupo GRA apresentou maiores valores de albumina em relação ao grupo DIP. Já na 24 hora, a albumina em GRA foi maior tanto em relação à GDG quanto DIP. Demais parâmetros de hemoglobina, hematócrito, eritrócitos, plaquetas, alanina aminotransferase, aspartato aminotransferase, gamaglutamiltransferase, fosfatase alcalina, creatinina, uréia, proteínas plasmáticas totais, pH urinário e relação proteína/creatinina urinária, não diferiram entre os tratamentos. Apesar de ser bem tolerada, os resultados obtidos por esse estudo sugerem que a administração de grapiprant e dipirona, associados ou isolados, não foram capazes de promover analgesia pós-operatória imediata adequada em felinos submetidos a ovariohisterectomia eletiva. Nenhuma alteração hematológica ou bioquímica de relevância foi causada por nenhum dos tratamentos nas primeiras 24 horas avaliadas.
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