Desenvolvimento de suspensões de nanocápsulas para administração sublingual do nifedipino
Fecha
2022-03-14Primeiro membro da banca
Adams, Andréa Inês Horn
Segundo membro da banca
Beck, Ruy Carlos Ruver
Metadatos
Mostrar el registro completo del ítemResumen
O nifedipino é um fármaco bloqueador dos canais de cálcio utilizado na prática clínica no tratamento de doenças cardiovasculares, angina e hipertensão. Entretanto, o nifedipino é fotoinstável, apresenta curta meia-vida biológica, além de apresentar baixa solubilidade aquosa e sofrer intenso metabolismo de primeira passagem, o que compromete a sua biodisponibilidade quando administrado pela via oral. Nesse contexto, o desenvolvimento de nanocápsulas poliméricas contendo nifedipino pode ser uma alternativa interessante a fim de contornar as limitações deste fármaco, tendo em vista as vantagens que estes sistemas apresentam, como a proteção físico-química de ativos, o aumento da interação com tecidos ou células, liberação controlada e direcionada do fármaco melhorando a eficácia e reduzindo efeitos adversos. Assim, o objetivo desse trabalho foi desenvolver nanocápsulas poliméricas contendo nifedipino para administração pela via sublingual e avaliar a fotoestabilidade, a cito e genotoxicidade, o potencial de irritação, o perfil de liberação in vitro e a permeação ex vivo em mucosa sublingual suína. Suspensões de nanocápsulas de Eudragit® RS100 e triglicerídeos de cadeia média contendo nifedipino foram preparadas pelo método de deposição interfacial do polímero pré-formado. As formulações desenvolvidas apresentaram tamanho de partícula em torno de 170 nm, índice de polidispersão abaixo de 0,2, potencial zeta positivo e pH ácido. O teor de nifedipino foi de 0,98 ± 0,03 mg/mL e a eficiência de encapsulação de 99,9%. O experimento de fotodegradação à luz natural demonstrou que as nanocápsulas foram capazes de promover fotoproteção ao nifedipino quando comparado ao fármaco livre. Com relação às avaliações de toxicidade, as nanocápsulas reduziram a citotoxicidade do nifedipino e não apresentaram efeitos genotóxicos, pelo modelo de Allium cepa. Através do teste de HET-CAM, as formulações foram classificadas como não irritantes. O perfil de liberação in vitro em sacos de diálise demonstrou que as nanocápsulas controlaram a liberação do nifedipino. O ensaio de permeação ex vivo evidenciou que as nanocápsulas auxiliam na permeação do nifedipino através da mucosa sublingual para o meio receptor. Além disso, as nanocápsulas proporcionaram maior retenção do fármaco na mucosa, o que pode ser atribuído à característica catiônica dos nanossistemas. Assim, o desenvolvimento de suspensões de nanocápsulas poliméricas contendo nifedipino mostrou que estas podem ser uma plataforma promissora para administração sublingual deste fármaco e podem originar outras formas farmacêuticas de base nanotecnológica.
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