A interface entre psicanálise e fonoaudiologia na intervenção de crianças com atraso na linguagem oral
Visualizar/ Abrir
Data
2022-03-14Primeiro coorientador
Pereira, Amanda Schreiner
Primeiro membro da banca
Kessler, Themis Maria
Segundo membro da banca
Pinho, Gerson Smiech
Metadata
Mostrar registro completoResumo
Nesta pesquisa propôs-se a discutir o atraso da linguagem oral a partir de uma perspectiva interdisciplinar entre Fonoaudiologia e Psicanálise. Teve como objetivo estudar e comparar os efeitos das intervenções interdisciplinares da Fonoaudiologia e da Psicanálise no desenvolvimento da linguagem em crianças com atraso na linguagem. A pesquisa consistiu em um estudo de caso, de natureza qualitativa, com acompanhamento longitudinal. Para compor a amostra foram selecionadas 4 crianças do sexo masculino, com idades entre 2:0 e 4:11 anos com atraso de linguagem oral. Constituíram-se 2 grupos de terapia: G1 composto por 2 crianças que receberam somente intervenção fonoaudiológica e G2 composto por 2 crianças que receberam intervenção fonoaudiológica e psicológica, sob o viés da Psicanálise. Os dados foram obtidos através da aplicação do PROC (Protocolo de Observação Comportamental); de entrevistas de anamnese com os pais; dos registros das filmagens das crianças durante momentos de interação no brincar; e, dos diálogos interdisciplinares entre as profissionais. Os resultados foram analisados psicanaliticamente, bem como, qualitativamente por meio do PROC, a linguagem e o brincar simbólico. As avaliações pré intervenções mostraram que as crianças de menor idade, Bento (G1) e Gabriel (G2), obtiveram similaridade em alguns aspectos no que se referem as habilidades e funções comunicativas, desenvolvimento cognitivo e nível do brinquedo. Apresentaram dificuldades quanto à alternância de turnos com ausência em vários aspectos das funções comunicativas. A linguagem mostrou-se imediata e concreta, não havendo organização no brincar. As avaliações das crianças com idade mais elevada, Wagner (G1) e Lucio (G2), na fase pré intervenção, também indicaram semelhanças nos seus resultados. Lucio (G2) apresentou maior dificuldade quanto a aguardar o seu turno e alternância deste na atividade dialógica, com linguagem se referindo somente à situação imediata e concreta. Os resultados pós intervenção, dos casos que receberam intervenção interdisciplinar, apresentaram melhora significativa nos diferentes aspectos elencados pelo PROC. Embora as crianças do G1, que receberam somente intervenção fonoaudiológica, apresentaram melhora, Bento ainda persistiu com significativas dificuldades em relação aos turnos e a alternância destes, bem como nos aspectos do brincar. Notou-se que não houve alteração na categoria de compreensão da linguagem verbal nos casos que receberam apenas intervenção fonoaudiológica. O diálogo interdisciplinar possibilitou a evolução de forma efetiva nos casos do G2. Um olhar psicanalítico sob os casos que receberam somente intervenção fonoaudiológica permitiria intervir junto aos pais, escutá-los em seu discurso fantasmático e trabalharia com as crianças as suas questões frente a problemática apresentada.
Os arquivos de licença a seguir estão associados a este item: