Liberação de fósforo e potássio durante a decomposição de palha de cana-de-açúcar sob diferentes taxas de remoção da palha
Fecha
2022-02-24Primeiro coorientador
Schmatz, Raquel
Primeiro membro da banca
Weiler, Douglas Adams Weiler
Segundo membro da banca
Ferreira, Paulo Ademar Avelar
Metadatos
Mostrar el registro completo del ítemResumen
A colheita mecanizada da cana-de-açúcar (Saccharum officinarum L.) resulta em grandes
quantidades de palha depositada na superfície do solo, despertando o interesse das indústrias
no uso desta para a produção de bioetanol e geração de eletricidade. Entretanto, a manutenção
da palha na superfície do solo apresenta inúmeros benefícios, sejam eles físicos, químicos ou
biológicos. Desse modo, a remoção parcial da palha surge como alternativa. Contudo, ao
remover parcialmente a palha, mulches de diferentes quantidades são formados, podendo alterar
as taxas de decomposição e de liberação de fósforo (P) e potássio (K) da palha que permanece
na superfície do solo. Assim, o presente estudo teve como objetivo testar se a quantidade de
palha de cana-de-açúcar mantida na superfície do solo em diferentes condições edafoclimáticas
afeta a decomposição e a liberação de P e K, e como a posição da camada de palha no interior
do mulch afeta a dinâmica de liberação P e K. Para atingir esse objetivo foram utilizadas palhas
de cana-de-açúcar provenientes de dois experimentos de campo. O Experimento I foi conduzido
em 2015/16, em cinco locais do Rio Grande do Sul durante 330 dias e o Experimento II foi
conduzido em 2017/18, no Departamento de Solos da UFSM durante 360 dias. Em ambos os
experimentos, os tratamentos consistiram em 4, 8 e 12 Mg ha-¹
de palha, em um delineamento
experimental de blocos ao acaso, com quatro repetições. No Experimento II, os tratamentos
com 8 e 12 Mg ha-¹
de palha foram divididos em duas (superior e inferior) e três (superior,
central e inferior) camadas, respectivamente, com 4 Mg ha-¹
de palha cada camada. No
Experimento I foram realizadas sete coletas e no Experimento II seis coletas de palha onde
foram avaliadas a matéria seca remanescente (MSR) e os teores de P e K remanescentes. A
quantidade de palha não apresentou efeito na decomposição, com 36,7 % de MSR para as três
quantidades aos 330 dias (P > 0,05), e teve efeito transitório na liberação de P e K nos primeiros
150 dias de avaliação. Aos 330 dias, a quantidade de P e K liberada foi de 3,75 e 0,27 kg ha-¹
de K e P, respectivamente, para cada tonelada de palha mantida na superfície do solo. Por outro
lado, o local afetou a decomposição e liberação de P e K da palha durante todo o período
avaliado, com maior decomposição e liberação desses nutrientes em locais de maior
precipitação e temperatura média do ar. A ausência de efeito da quantidade de palha sobre a
liberação do P e K pode ser atribuído a formação de um gradiente vertical de liberação no
interior do mulch, que pode ser observado através dos resultados obtidos no Experimento II,
onde camadas do mulch em contato com o solo apresentam maior liberação de P, enquanto
camadas expostas a atmosfera tendem a liberar K mais rapidamente. Os resultados deste estudo
indicam que independentemente do local, a remoção parcial da palha não afeta a decomposição
e a liberação de P e K da palha. No entanto, a remoção parcial reduz a quantidade de P e K
reciclada no solo, condição que requer atenção quanto ao balanço de nutrientes nos cultivos
com cana-de-açúcar.
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