Índice de sombreamento da wisteria floribunda usada em um sistema de fachada verde
Resumo
Fachadas verdes são soluções alternativas que promovem o sombreamento de partes ou da totalidade de uma edificação por meio da utilização de plantas específicas aptas para tal uso. As fachadas verdes podem aumentar o isolamento térmico e acústico, bem como, contribuir para a mitigação das ilhas de calor urbano. Nesse sentido, a utilização de fachadas verdes constitui uma importante estratégia para reduzir as demandas energéticas dos sistemas de refrigeração, melhorando o
desempenho térmico e energético dos edifícios, além de contribuir para aumentar a resiliência urbana em face as mudanças climáticas globais. Este trabalho de conclusão de curso, teve como objetivo avaliar o índice de sombreamento (IS) de
uma fachada verde instalada na face oeste de uma edificação popular experimental e vegetada com Wisteria floribunda (Glicínia). Por meio de um monitoramento fotográfico mensal ao longo de um ano, avaliou-se o IS e as consequentes
interferências na temperatura da superfície da parede influenciada pela vegetação. Os resultados mostram um IS máximo de 99.71% durante o verão, época em que a planta apresenta maior desenvolvimento vegetativo. Como esperado, o IS durante
os meses de outono e inverno reduziu significativamente, até valores próximos a zero. A partir da análise dos dados térmicos observou-se que a máxima diferença entre a temperatura do ar e a temperatura da fachada externa ocorreu no verão,
quando para o dia representativo de máxima e mínima temperatura registrou uma amplitude de 15 °C e 13.25 °C, respectivamente. A magnitude da diferença entre as temperaturas atingidas na face externa e interna da parede foram menores,
mostrando a eficiência da fachada verde; a maior magnitude da diferença para o dia de máxima temperatura ocorreu no inverno (3.45 °C), enquanto que para o dia de mínima temperatura ocorreu no verão (4.1 °C). O IS se mostrou bastante efetivo para
explicar o papel da vegetação na temperatura da fachada externa, especialmente para os dias das estações quentes (comprovado a partir da análise da ∆𝑇𝑎𝑓). Já para a possível relação entre o IS e da diferença de temperatura das fachadas internas e externas não foi conclusiva, em função do fluxo de calor que pode ocorrer na parede da edificação que não é totalmente sombreada pela fachada verde. Estes resultados demonstram o potencial do sombreamento da fachada verde na redução das cargas térmicas locais de uma edificação, principalmente no verão.
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