Prática de análise linguística como articuladora das práticas de leitura e produção de textos: um desafio para os professores de língua portuguesa em formação inicial
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Date
2022-03-31Primeiro membro da banca
Rottava, Lucia
Segundo membro da banca
Motta, Vaima Regina Alves
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Tendo em vista que a PAL “surge como alternativa complementar às práticas de leitura e produção de textos” (MENDONÇA, 2006, p. 204), a presente pesquisa tem como objetivo geral analisar em que medida professores de Língua Portuguesa, ao produzir atividades didática, apropriam-se da Prática de Análise Linguística como articuladora das práticas de leitura e produção de textos. Esse objetivo geral se desdobra em três específicos: i) descrever e analisar o contexto de produção das atividades didáticas, considerando o perfil formativo dos licenciandos e os saberes construídos sobre a PAL; ii) identificar as atividades de PAL, no caderno didático, a fim de categorizá-las em termos de natureza e funcionalidade; iii) e verificar em que medida as atividades de PAL estruturam as práticas de leitura e produção de textos nas unidades produzidas pelos licenciandos, levando em conta o seguinte questionamento: quais são os desafios enfrentados pelos professores em formação inicial de Língua Portuguesa quando focalizada a Prática de Análise Linguística? Os aportes teóricometodológicos utilizado nesta pesquisa foram um breve histórico acerca de como a Língua Portuguesa foi sendo constituída no território brasileiro (SOARES, 2002; BUNZEN. 2011); a Prática de Análise Linguística, abrangendo questões como o que é e como ensinar, bem como trazendo considerações dos PCN e da BNCC acerca dessa prática (MENDONÇA, 2006; SUASSUNA, 2012; GERALDI, 1984, 1997; FRANCHI, 1991); os materiais didáticos em Língua Portuguesa, em especifico o papel do professor enquanto produtor de material didático (VIEIRA-SILVA, 2012; FONSECA; BORGES, 1999); por fim, a Linguística SistêmicoFuncional (HALLIDAY; MATTIESSEN, 2004, 2014; FUZER; CABRAL, 2014), teoria que proporcionou os subsídios analíticos para esta pesquisa. Os corpora são compostos por um questionário de diagnóstico e três unidades didáticas elaboradas pelos licenciandos em Letras da UFSM. Nossa investigação constatou, a partir da análise do questionário de diagnóstico, que a maioria dos participantes segue a sequência curricular do curso, participa de programas como o PIBID e a Residência Pedagógica e teve contato com a BNCC durante a formação inicial. Quanto à produção de materiais didáticos, uma das dificuldades apontadas nesse processo foi o trabalho com a PAL. Todos os licenciandos acreditam que ela seja a prática que articula as práticas de produção de texto e leitura. Além disso, defendem um trabalho reflexivo (epilinguagem) nas aulas de Língua Portuguesa, não descartando o ensino das questões gramaticais (metalinguagem). A análise das atividades didáticas revelou que apesar de um número significativo de enunciados contemplarem a PAL, ainda há uma dificuldade em articular as atividades epilinguísticas e metalinguísticas, não sendo construídos andaimes para que essa articulação aconteça. A PAL estrutura, em certa medida, as práticas de leitura e produção de texto, mas ainda é preciso lançar um olhar atento sobre essa prática, que ainda se apresenta como um desafio para os professores em formação.
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