Resposta sorológica e avaliação de proteção fetal em ovinos e bovinos vacinados contra o vírus da diarréia viral bovina (BVDV)
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Data
2000-11-19Primeiro membro da banca
Weiblen, Rudi
Segundo membro da banca
Vidor, Telmo
Metadata
Mostrar registro completoResumo
A resposta sorológica e proteção fetal induzidas por três vacinas comerciais contra o vírus da Diarréia Viral Bovina (BVDV) foi avaliada em ovelhas prenhes vacinadas e posteriormente desafiadas com amostras brasileiras de BVDV-1 e BVDV-2. Níveis baixos a moderados de anticorpos neutralizantes anti-BVDV-1 foram detectados na maioria dos animais (45/47) aos 30 dias após a segunda dose vacinal (títulos médios geométricos [GMT] de 124,6; 74,6 e 26,8 para as vacinas A, B e C, respectivamente). Em contraste, atividade neutralizante anti-BVDV-2 não foi detectada em vários animais (12/47) e foi de magnitude inferior nos três grupos vacinais (GMT 19,1; 14,1 e 15,1). Os títulos médios de anticorpos reduziram-se no dia 180, sendo que vários animais já não apresentavam atividade neutralizante detectável frente ao BVDV-1 (vacina B=1/19; C=8/14) e principalmente frente ao BVDV-2 (A=7/14; B=13/19; C=13/14). Nessa data, as ovelhas foram inoculadas com amostras brasileiras de BVDV-1 ou BVDV-2 pela via intranasal. Os títulos de anticorpos neutralizantes não foram suficientes para prevenir a replicação, disseminação virêmica e transmissão transplacentária do vírus: todos os fetos das ovelhas vacinadas foram infectados. No segundo experimento, bovinos foram vacinados três vezes (dias 0, 30 e 180) e examinados sorologicamente a três intervalos. Anticorpos neutralizantes em títulos baixos a moderados frente ao BVDV-1 (25/94) e ao BVDV-2 (20/94) foram detectados aos 60 dias. Os títulos médios e o número de animais reagentes contra o BVDV-1 foram de 109,3 (32/36); 54,6 (22/28) e 25,5 (16/30) para as vacinas A, B e C e de 19 (27/36); 42,3 (12/28) e 18,4 (10/30) contra o BVDV-2. Aos 180 dias, os títulos médios e o número de animais soropositivos frente ao BVDV-1 eram de 28,3 (30/36), 28,3 (20/28) e 16,1 (14/30) e frente ao BVDV-2 de 16,8 (18/36); 21,6 (10/28) e 28,3 (4/30) para as vacinas A, B e C, respectivamente. Após a aplicação do reforço (dia 180), os títulos médios contra o BVDV-1 aumentaram significativamente nos três grupos vacinais e contra o BVDV-2 apenas na vacina A. Aos 210 dias, os títulos médios e o número de reagentes contra o BVDV-1 eram de 104,8 (23/24); 50,3 (24/26) e 43,7 (24/28) e contra o BVDV-2 de 33,4 (23/24); 23,3 (22/26) e 15,7 (22/28) para as vacinas A, B e C. Os títulos contra o BVDV-1 foram em geral superiores aos do BVDV-2 nos três grupos vacinais. O soro de alguns animais positivos de cada grupo foi testado frente a quatro amostras brasileiras de BVDV-1 e duas de BVDV-2. Além dos títulos baixos a moderados, os testes de neutralização cruzada revelaram variações marcantes na atividade neutralizante frente a isolados de campo antigenicamente diferentes. Esses resultados demonstram que as vacinas induziram apenas títulos baixos a moderados de anticorpos frente ao BVDV-1 e títulos inferiores contra BVDV-2. A magnitude da resposta foi muito variável entre os animais e uma parcela desses não reagiu sorologicamente. Em ovinos, os níveis de anticorpos produzidos não foram suficientes para prevenir a infecção fetal frente ao desafio com duas amostras de campo. Esses resultados também indicam que ovelhas prenhes podem ser utilizadas para testes de proteção vacinal contra o BVDV.
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