Morgana e os pré-rafaelitas: arte e gênero na recepção feiticeira medieval em pinturas do século XIX.
Resumo
Morgan Le Fay foi uma figura marcante na literatura medieval e uma personagem crucial das
narrativas do Ciclo Arturiano. Desde sua primeira aparição como figura benéfica em 1150 com
Vita Merlini, de Godofredo de Monmouth, até se consolidar como a famosa feiticeira do
imaginário ocidental em Le Morte D’Arthur, de Sir Thomas Malory, suas diversas versões têm
inspirado um número sem fim de livros, séries e filmes até os dias de hoje. Nesta pesquisa, a
proposta é compreender a recepção desta personagem na arte britânica do século XIX, tendo
como foco as pintura Morgan le Fay (1863- 1864) de Frederick Sandys, e Morgan le Fay (1862)
de Edward Burne-Jones, ambos integrantes da Irmandade Pré-Rafaelita, grupo artístico criado
em 1848 como reação à arte acadêmica britânica da época e com caráter fortemente revivalista
e medievalista. Analisamos a relação dos ideais desta irmandade e de seus artistas com questões
de gênero e sua articulação com elementos e conceitos das temáticas nacionalistas, românticas
e orientalistas, caraterísticas da Inglaterra do século XIX, compreendendo como tais elementos
se manifestam nas pinturas estudadas em relação à recepção da personagem. Como metodologia
de análise de imagens usamos o sistema proposto por Erwin Panofsky, além de também
alinharmos a pesquisa nos Estudos de Recepção e trabalharmos com os conceitos de Gênero e
Orientalismo.
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