Trajetórias tecnológicas dos países de industrialização tardia: estudo comparado do Brasil e da Índia junto ao paradigma das redes flexíveis
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Data
2023-02-06Primeiro coorientador
Hendler, Bruno
Primeiro membro da banca
Rohenkohl, Júlio Eduardo
Segundo membro da banca
Gonzalo, Manuel
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Esta dissertação trata das trajetórias tecnológicas dos países de industrialização tardia junto ao
paradigma das Redes Flexíveis, em específico, a análise comparada entre o Brasil e a Índia. O
objetivo deste trabalho consiste em compreender os fatores condicionantes das trajetórias
tecnológicas do Brasil e da Índia que impactaram na capacidade de difusão destes países junto
ao paradigma das Redes Flexíveis. Para isso, a pesquisa busca responder o seguinte problema
de pesquisa: quais são os fatores condicionantes que influenciaram a capacidade de difusão
tecnológica do Brasil e da Índia no paradigma das Redes Flexíveis? E, deste modo, como estes
fatores condicionantes impactaram na respectiva capacidade de difusão tecnológica de cada
país? A pesquisa recorre a uma discussão a partir de um framework teórico-analítico pouco
explorado: Schumpeterian, Evolutionary and Structuralist (SES). Neste sentido, a abordagem
do desenvolvimento tecnológico dos países de industrialização tardia pressupõe a intervenção
estatal no fomento de assimetrias tecnológicas como meio de superação da heterogeneidade
estrutural. A pesquisa está estruturada mediante uma abordagem qualitativa. Como método de
abordagem, a pesquisa se define pelo instrumento histórico-comparativo. Como método de
procedimento técnico, a pesquisa utiliza o Qualitative Comparative Analysis (QCA), em
específico, o Fuzzy-Set (fsQCA). Através deste instrumento, a dissertação realiza uma
adaptação do modelo teórico de trajetórias tecnológicas para países em via de catching-up,
proposto por Kim, em um modelo analítico adaptado, passível de ser operacionalizado sob a
lógica difusa. Como resultados da investigação, tem-se o reconhecimento de rotas distintas de
desenvolvimento tecnológico junto ao Paradigma das Redes Flexíveis. A trajetória tecnológica
brasileira foi definida a partir de uma integração com o capital estrangeiro. No entanto, a
limitada capacidade de transbordamento do aprendizado aos entes nacionais expressou a
dependência tecnológica brasileira. Por sua vez, a trajetória tecnológica indiana se constituiu,
historicamente, mediante uma integração limitada ao comércio internacional. A partir da
confluência de esforços domésticos com a emergência de novas dinâmicas produtivas
internacionais, tem-se a consolidação do país como um player junto à indústria de informação
global. No entanto, a limitada expansão de seu padrão de crescimento junto aos demais setores
da economia é evidenciada por saldos tecnológicos negativos em setores de alta, média-alta e
média tecnologia. Por fim, o processamento do fsQCA ilustra a combinação de condicionantes
atrelada ao número de artigos de periódicos científicos e técnicos, gastos com pesquisa e
desenvolvimento (% do PIB) e ao número de patentes requeridas, por residentes, na
determinação do valor agregado à indústria doméstica no setor de Informação (setor industrial
chave ao paradigma das Redes Flexíveis) à Índia, entre 1999-2002 e 2003-2006. A ausência do
Brasil, dentre as combinações de condicionantes capazes de deliberar o valor agregado à
indústria doméstica no setor de Informação ilustra que os casos do país, entre 1995 e 2018, não
atenderam aos parâmetros do software corroborando as limitações de ordem tecnológica do
Brasil.
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