Os movimentos artísticos do Grajaú: expressão territorial periférica em São Paulo, SP
Resumen
A pesquisa relatada se baseia na análise das expressões artísticas do Grajaú, distrito
mais populoso da cidade de São Paulo, como uma expressão territorial, resgatando a
periferia como território. O Grajaú se localiza no extremo sul do munícipio paulistano, e
se constitui como área marginal dentro da dinâmica urbana. Através do método dialético
junto a abordagem quali-quantitativa, que exigem a retomada da trajetória histórica do
distrito, é esmiuçada e revelada a conflituosa construção das periferias paulistanas,
esmagadas por um processo de urbanização massivo. O estudo sugere a compreensão
do território como categoria de análise geográfica a partir de uma nova abordagem: o
território periférico. Tais espaços podem ser considerados territórios pois se encontram
na raiz do poder, que seria a potência de transformação através de energia e informação:
o trabalho. Além disso, a apropriação do ambiente ocupado e o exercício da
territorialidade, também garantem a esses locais o emprego do poder. A arte pulsa viva
dentro do Grajaú, e é uma expressão possível de territorialidade, pois, por tratar-se de
expressões subjetivas e coletivas, marcam o uso da sociedade sobre o espaço e a
interferência desse espaço sobre a vida das pessoas, garantindo a possibilidade de levar
o território para além de sua delimitação. O estudo permitiu a identificação das
localizações de algumas destas manifestações artísticas e sua devida espacialização,
resultando em um produto geográfico visual (mapa), que auxilia na compreensão do
fenômeno da territorialidade periférica, junto a história e o diálogo com alguns dos
agentes ativos dessa dinâmica.