Neoutopismo no antropoceno: agenciamentos coletivos e micropolíticas de resistência no Rio Grande do Sul, Brasil
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Data
2016-02-16Primeiro membro da banca
Almeida, Francis Moraes de
Segundo membro da banca
Albuquerque, Leila Marrach Basto de
Metadata
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Reflito, a partir da perspectiva das micropolíticas de resistência propostas por Félix
Guattari, sobre as atualizações que podemos dar ao termo utópico na
contemporaneidade com base na análise de agenciamentos coletivos e vivências
comunitárias, buscando entender como a produção de subjetividades e de narrativas
respondem à crise do Antropoceno. Pergunto: em que medida os agenciamentos
coletivos e as vivências comunitárias contemporâneas podem ser considerados
como utópicos? Quais as atualizações que podemos dar ao ao termo utópico a partir
das vivências das comunidades e sujeitos pesquisados? Para isso, empreendi
pesquisa em quatro territórios situados no município de Maquiné no Rio Grande do
Sul, Junana, Pé do Arco Íris, Aterra e AMÓ, para compreender em que medida
podem ser considerados como utópicos. Sobretudo, busquei traçar diferenças e
semelhanças entre as experiências anteriores à crise das utopias do fim do século
XX e as atuais. No percurso metodológico, de abordagem etnográfica, foram
utilizadas variadas técnicas, como a observação participante e entrevistas
semiestruturadas. A noção de neoutopismo, propõe refletir sobre como o sentido de
utopia se atualiza após à crise das utopias e no contexto do Antropoceno,
vinculando-se à proliferação de devires minoritários e de agenciamentos coletivos
que atuam frente às lutas de combate às mudanças climáticas e antidestruição da
biosfera humana. Compreendo que as práticas de sentido utópico atualmente se
produzem em espaços territorializados que buscam realizar outras formas possíveis
de habitar o mundo, menos danosas à biodiversidade e consequentemente à vida
humana, para tanto, recorrem a agenciamentos coletivos, experiências comunitárias
e práticas sustentáveis, e por isso, configura novas territorialidades, temporalidades
e singularizações que estabelecem linhas de fuga no contexto do capitalismo
contemporâneo. As práticas de sentido utópico se situam na dimensão sensível,
cotidiana, perceptiva, mas, sobretudo, referem-se à criação de possibilidades de resistência em meio ao cenário pós-pandêmico de aprofundamento das
desigualdades e conflitos socioambientais.
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