Mostrar registro simples

dc.creatorKarnikowski, Ulisses Stefanello
dc.date.accessioned2023-03-20T11:16:25Z
dc.date.available2023-03-20T11:16:25Z
dc.date.issued2023-01-24
dc.identifier.urihttp://repositorio.ufsm.br/handle/1/28271
dc.description.abstractSince its emergence in Renaissance Spain, the picaresque novel has been echoing through increasingly different sounds in contemporary times, distancing itself from the original model, but maintaining some characteristic traces when remodeling them. Thematizing the life of Dom Pedro I, the Brazilian novels O Chalaça (1994), by José Roberto Torero, and Era no Tempo do Rei (2007), by Ruy Castro, are presented as picaresque novels, which instigated us to question whether what form this tradition is being demonstrated in these two novels. To elucidate this investigation, we start from Mikhail Bakhtin's studies about the origins of the novelistic genre, considering the influence of popular laughter in this process and the inclusion of lowered images in Renaissance literature, to which the picaresque novel is inserted. Furthermore, we conducted our research seeking to understand parody, from Linda Hutcheon, a prominent resource in classic picaresque and present in the two analyzed novels. Thus, we realize that both O Chalaça and Era no Tempo do Rei seek to break with the realistic model, using satire and parody to create narrators who move through different times and places of Brazilian society in the Johannine period, revealing the Portuguese Court and historical figures who were close to Dom Pedro. Following the picaresque tradition of fictionalizing popular aspects while demeaning prevailing moral values, both novels make raw social critiques while honoring authors and works that have done so before them. In O Chalaça, the paradigm of classic picaresque is parodied by the narrator's relationship with his master, Dom Pedro, ironizing the masks of a good man necessary for the trickster. In Era no Tempo do Rei, the externally focused narrator makes use of this power to transit through more places, and like a true court jester, he spares no effort to debase the main figures of the Portuguese Court and all figures in the novel. Only Leonardo, the protagonist of Memórias de um Sargento de Milícias, and parodied as a character, is spared, receiving the elevation of carnivalization. The two novels reveal a society intrinsically formed by the mask games of bourgeois anticipated by classical picaresque, as if they saw in Rio de Janeiro in the 19th century the result of this process initiated in the Renaissance. The characters, already used to this movement, allow themselves a mature look at society, revealing habits of those who did not have the desired social ascension and remain culturally marginalized. As neopicares, Leonardo and Chalaça carry on their journey the two poles of Brazilian society at the time, coming from poor families and having Dom Pedro as their best friend, both give a broad panorama of Brazilian society, ranging from the popular to the aristocratic. In short, the two novels give a Brazilian tone to the picaresque tradition, revealing how some masks are necessary to get what you want, especially during Carnival.eng
dc.languageporpor
dc.publisherUniversidade Federal de Santa Mariapor
dc.rightsAttribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International*
dc.rights.urihttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/*
dc.subjectPícaropor
dc.subjectDom Pedropor
dc.subjectRealismo grotescopor
dc.subjectCarnavalizaçãopor
dc.subjectParódiapor
dc.subjectGrotesque realismeng
dc.subjectCarnavalizationeng
dc.subjectParodyeng
dc.subjectPicaroeng
dc.titleOs bobos do imperador: a tradição picaresca em O chalaça e Era no tempo do reipor
dc.title.alternativeThe emperor's fools: the picaresque tradition in O chalaça and Era no tempo do reieng
dc.typeDissertaçãopor
dc.description.resumoDesde o seu surgimento na Espanha renascentista, o romance picaresco vem ecoando por reverberações cada vez mais díspares na contemporaneidade, distanciando-se do modelo original, mas mantendo alguns rastros característicos ao remodela-los. Tematizando a vida de Dom Pedro I, os romances brasileiros contemporâneos O Chalaça (1994), de José Roberto Torero, e Era no Tempo do Rei (2007), de Ruy Castro, conclamam-se pela máscara picaresca, o que nos instigou a questionar de que forma essa tradição está sendo demonstrada nesses dois romances. Para elucidar a investigação que se abre, partimos dos estudos de Mikhail Bakhtin acerca das origens do gênero romanesco, considerando a influência do riso popular nesse processo e da alocação de imagens rebaixadas na literatura renascentista, ao qual o romance picaresco está inserido. Ademais, conduzimos nossa pesquisa na esteira da paródia, a partir de Linda Hutcheon, recurso proeminente na picaresca clássica e presente nos dois romances analisados. Sendo assim, percebemos que tanto O Chalaça, quanto Era no Tempo do Rei buscam um rompimento com o modelo realista, utilizando-se da sátira e da paródia para criar narradores que se deslocam por diferentes tempos e locais da sociedade brasileira do período Joanino, desnudando a Corte Portuguesa e as figuras históricas que eram próximas a Dom Pedro. Seguindo a tradição picaresca de ficcionalizar aspectos populares enquanto rebaixa os valores morais dominantes, os dois romances tecem críticas sociais sem qualquer tipo de filtro, no mesmo passo em que homenageiam autores e obras que fizeram isso antes deles. Em O Chalaça, as amarras com a picaresca clássica são parodiadas pela relação que o narrador possui com seu amo, Dom Pedro, ironizando as máscaras de homem de bem necessárias ao pícaro. Já em Era no Tempo do Rei, o narrador de focalização externa faz uso desse poder para transitar por mais lugares, e como um verdadeiro bobo da corte não mede esforços para rebaixar as principais figuras da Corte Portuguesa e todas as figuras do romance. Apenas o jovem Leonardo, protagonista de Memórias de um Sargento de Milícias, e parodiado como personagem, é poupado, recebendo a elevação do condutor da carnavalização. Os dois romances desvelam uma sociedade intrinsecamente afetada pelos jogos de máscaras burguês antecipado pela picaresca clássica, como se vissem no Rio de Janeiro Joanino o resultado desse processo iniciado com o final da Idade Média. Os personagens habituados a esse movimento social se permitem olhar para o que está ao seu lado, fazendo revelar hábitos daqueles que não conseguiram a almejada ascensão social e mantêm-se marginalizados culturalmente. Como neopícaros Leonardo e o Chalaça carregam em sua jornada os dois polos da sociedade brasileira da época, vindo de famílias pobres e tendo Dom Pedro como melhor amigo, ambos dão um panorama amplo da sociedade brasileira, indo do popular ao aristocrático. Em suma, os dois romances dão um tom de brasilidade à tradição picaresca, escancarando como algumas máscaras são necessárias para conseguir o que se quer, principalmente em meio ao carnaval.por
dc.contributor.advisor1Santos, Pedro Brum
dc.contributor.advisor1Latteshttp://lattes.cnpq.br/8231452052035761por
dc.contributor.referee1Montemezzo, Luciana Ferrari
dc.contributor.referee2Silva, Miguel Rettenmaier da
dc.creator.Latteshttp://lattes.cnpq.br/0734020925696126por
dc.publisher.countryBrasilpor
dc.publisher.departmentLetraspor
dc.publisher.initialsUFSMpor
dc.publisher.programPrograma de Pós-Graduação em Letraspor
dc.subject.cnpqCNPQ::LINGUISTICA, LETRAS E ARTES::LETRASpor
dc.publisher.unidadeCentro de Artes e Letraspor


Arquivos deste item

Thumbnail
Thumbnail

Este item aparece na(s) seguinte(s) coleção(s)

Mostrar registro simples

Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International
Exceto quando indicado o contrário, a licença deste item é descrito como Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International