Avaliação dos efeitos promovidos pelo estresse agudo e estresse crônico imprevisível sobre o padrão do comportamento exploratório em peixe-zebra
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Data
2023-02-27Primeiro membro da banca
Franco, Jeferson Luis
Segundo membro da banca
Dalmaz, Carla
Metadata
Mostrar registro completoResumo
O estresse é um conjunto de reações biológicas que permitem ao organismo se adaptar a
perturbações fisiológicas provocadas, geralmente, por algum estímulo externo. Atualmente, o
termo é popularmente associado a níveis exacerbados de estresse, gerando danos físicos e
mentais, os quais atingem grande parte da população mundial. Configurando-se como uma
problemática ligada à saúde humana, o estresse é um importante tema em pesquisas utilizando
diferentes modelos animais a fim de melhor compreender seus mecanismos fisiológicos e
neurocomportamentais subjacentes. Assim, o peixe-zebra (Danio rerio) apresenta-se como
um relevante organismo para a investigação dos efeitos gerados por diferentes tipos de
estresse por possuir, por exemplo, um repertório comportamental bem caracterizado e vias
biológicas semelhantes às de humanos. Dessa forma, o presente estudo teve como objetivo
investigar os efeitos gerados por estresse agudo e estresse crônico imprevisível sobre a
organização espaço-temporal da exploração em peixes-zebra submetidos ao teste de campo
aberto. Para isso, animais adultos de ambos os sexos foram submetidos ao estresse agudo
(EA) a partir da exposição à 1L de água declorada na ausência (grupo controle) ou presença
de substância de alarme de coespecíficos (CAS – grupo EA) à 3,5 mL/L por 5 minutos. Já o
protocolo de estresse crônico imprevisível (ECI) foi executado durante 7 dias consecutivos,
em que diferentes estressores foram aplicados duas vezes ao dia de forma imprevisível. Logo
após a exposição à CAS e no oitavo dia, no caso do grupo ECI, os animais foram
posicionados individualmente no centro de arenas circulares com dimensões 25 x 6 cm
(diâmetro x altura da coluna de água). O comportamento foi gravado por 30 minutos por uma
câmera posicionada no topo do aparato e posteriormente analisado para identificação das
zonas de preferência (zonas-base) e quantificação de parâmetros correlatos. De modo geral,
após os primeiros 15 minutos de teste, o grupo EA utilizou suas zonas-base para executar
excursões curtas direcionadas ao centro e periferia da arena. Já o perfil comportamental dos
animais ECI foi caracterizado por altos níveis de imobilidade, nado em “bursts” e excursões
direcionadas à periferia. Curiosamente, ao contrário do ECI, o estresse agudo não gerou
aumento da tigmotaxia em relação ao controle. De modo geral, nossos resultados demonstram
que a organização sequencial do comportamento exploratório em peixe-zebra é sensível à
modulação por diferentes protocolos de estresse, reforçando a utilidade dos comportamentos
relacionados aos pontos de preferência para a análise de distintos estados afetivos.
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