Ácaros como bioindicadores da qualidade do solo em áreas de expansão da cultura da soja no Rio Grande do Sul
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Data
2023-02-24Primeiro coorientador
Toebe, Marcos
Primeiro membro da banca
Silva, Danni Maisa da
Segundo membro da banca
Luz, Felipe Bonini da
Metadata
Mostrar registro completoResumo
A mudança do uso do solo, com a vegetação nativa sendo substituída por áreas de pastagem,
com subsequente alteração por lavouras de produção de grãos, como no caso da soja, apesar de
economicamente necessária, resultam na degradação do solo. A demanda por alimentos gera a
necessidade da expansão destas mudanças a locais que não apresentam características propícias
ao cultivo deste grão. Um dos impactos decorrentes da mudança do uso do solo está relacionado
à abundância e diversidade de organismos edáficos, particularmente nos ácaros. Outra alteração
que ocorre perante mudanças de uso do solo refere-se às concentrações de carbono orgânico
nos solos submetidos às modificações. Para avaliar estas relações, neste trabalho, avaliaram-se
cinco regiões, no estado do Rio Grande do Sul (RS), com diferentes tempos de conversão, com
os seguintes usos do solo: i) Mata (MA) – fragmento de Mata Atlântica, nas regiões I e II; ii)
Campo Nativo (CN) – área nativa, referência do Bioma Pampa das regiões II, III, IV e V; iii)
Pastagem Cultiva (PC), manejada em sistema de pastejo e cultivada de forma extensiva e iv)
Soja (SO), área de cultivo da soja em plantio direto. As hipóteses deste trabalho são de que os
ácaros podem ser indicadores biológicos de mudanças do uso do solo pelo cultivo da soja, e
que também são bioindicadores de incorporação de carbono orgânico no solo. As coletas foram
efetuadas na camada superficial do solo, havendo a extração dos ácaros através de Funil de
Berlese-Tullgren e identificação dos mesmos a nível trófico de família. Nestas amostras foram
analisados teores de C no solo. Os índices ecológicos efetuados foram índice de diversidade de
Shannon-Weaver (H’), índice de biodiversidade de Margalef e Índice de Equabilidade de Pielou
(J). Concomitante a isto, análises de estatística multivariada de agrupamento e componente
principais foram empregadas. Foram identificados 18 táxons nas cinco regiões analisadas,
sendo que o número de famílias variou de 3 a 12. O grupo de ácaros com maior abundância foi
de Sarcoptiformes, com 70,6%, seguido de Mesostigmatas, com 26,4% e Prostigmata, com
2,96%. Os Índices ecológicos foram melhores em MN e, em sua ausência, a equabilidade de
Pielou foi maior em SO das regiões com transição de uso do solo mais antigas. A expansão do
cultivo da soja em diferentes regiões do Estado influenciou na diversidade de ácaros edáficos,
pois os índices ecológicos foram maiores em usos do solo de mata nativa, nas regiões de
expansão da soja mais antigas. A análise de componentes principais indicou estabilidade na
região mais antiga, com organismos sendo ordenados segundo usos do solo e atributos químicos
e físicos, enquanto que as Regiões II e IV apresentaram padrão ordenado somente pelo uso do
solo. Os estoques de carbono orgânico do solo influenciaram a densidade dos ácaros edáficos,
assim como a conversão dos usos do solo naturais para cultivo da soja, alterou os estoques de
carbono ao longo do tempo. Solos arenosos influenciaram na concentração de carbono e na
densidade de ácaros.
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