Desenvolvimento e estudo de estabilidade de suspensões de pirimetamina para uso pediátrico
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Data
2023-03-27Primeiro coorientador
Ferreira, Luana Mota
Primeiro membro da banca
Steppe, Martin
Segundo membro da banca
Silva, Cristiane de Bona da
Metadata
Mostrar registro completoResumo
A toxoplasmose é uma zoonose de distribuição mundial, que pode ser transmitida para o feto
durante a gestação. O tratamento da criança deve iniciar logo após o nascimento e é composto
por pirimetamina (PYM), sulfadiazina e ácido folínico. Entretanto, a PYM é disponível
comercialmente apenas como comprimidos, o que dificulta a administração a pacientes
pediátricos. Nesse contexto, o objetivo deste trabalho foi verificar a viabilidade de obter
suspensões orais de PYM, apropriadas para uso em todas as faixas etárias da pediatria. Foram
preparadas duas suspensões de PYM: suspensão A (com conservante, metilparabeno - MP) e
suspensão B (sem conservante), a partir de comprimidos obtidos comercialmente. Os
excipientes e suas concentrações foram cuidadosamente escolhidos visando obter produtos
seguros para a faixa etária pretendida. Foram avaliadas características físico-químicas como
pH, tamanho de partícula, potencial zeta, viscosidade, dissolução e teor de PYM e MP,
através de um método de cromatografia a líquido de ultra eficiência (CLUE) validado durante
o estudo, conforme as diretrizes vigentes. Quanto à avaliação microbiológica, determinou-se a
contagem de micro-organismos mesófilos e a ausência de E. coli. Para o estudo de
estabilidade, a suspensão A foi avaliada por 42 dias, armazenada sob refrigeração ou em
temperatura ambiente (20 a 25ºC). A suspensão B foi mantida sob refrigeração e analisada por
7 dias. Os resultados obtidos indicaram que o método de CLUE foi exato, preciso, linear,
robusto, específico e apto para ser usado em estudos de estabilidade. As formulações
apresentaram valores de pH na faixa de 7,1 a 7,9, tamanho de partícula na faixa de 50 a 65
µm, e potencial zeta na faixa de -50 a -65 mV; estas características permaneceram constantes
ao longo do estudo. As formulações foram consideradas como fluidos não-Newtonianos, com
comportamento pseudoplástico, apresentando tixotropia. Além disso, houve redução da
viscosidade das formulações nos tempos finais de análise. A dissolução das formulações foi
superior a 90% em 30 minutos, permanecendo constante ao longo do estudo. Houve um
pequeno decréscimo nos teores de PYM e MP durante o armazenamento, mas sem evidência
de diferença significativa em relação ao teor inicial. Em relação à carga microbiana, a
suspensão A, em ambas as condições de armazenamento, atendeu a especificação
farmacopeica, com contagem de bactérias e fungos < 10 UFC/mL e ausência de E. coli. A
suspensão B, por sua vez, atendeu os requisitos de contagem de bactérias e fungos até o 4º dia
de armazenamento. Em relação à E. coli, não houve crescimento até o 7º dia. Os resultados
indicaram a viabilidade de obtenção das formulações; a suspensão A apresentou estabilidade
físico-química e microbiológica de 42 dias, com uso de um único conservante, em baixa
concentração. A suspensão B, focada no tratamento de neonatos, pode ser usada por até
quatro dias sem prejuízo das características físico-químicas e sem contaminação microbiana.
Ambas as formulações consistem em alternativas para o tratamento da toxoplasmose
congênita.
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