Fatores que impactam em internação prolongada nos pacientes submetidos a cirurgias ortopédicas de membros inferiores no Hospital Universitário de Santa Maria
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Data
2023-08-21Primeiro coorientador
Ribeiro, Tiango Aguiar
Primeiro membro da banca
Lampert, Melissa Agostini
Segundo membro da banca
Brondani, Juliana Ebling
Metadata
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Introdução: O trauma ortopédico é uma das condições mais mórbidas, de tratamento muitas vezes cirúrgico, que compromete a função do indivíduo, sua participação econômica e sua integração social. Quedas de própria altura constituem um agravo importante nos idosos e fraturas, principalmente de fêmur, as quais podem levar a complicações, inclusive à morte. Já a causa principal de fratura de membros inferiores em jovens são acidentes de trânsito, sendo a motocicleta responsável pelo maior número de casos. Objetivo: A internação prolongada apresenta complicativos para a qualidade de vida do paciente, aumentando risco de morbimortalidade, incidindo aumento dos custos hospitalares. É importante identificar fatores que impactam em internação prolongada nos pacientes submetidos a cirurgias ortopédicas de membros inferiores no HUSM. Método: Trata-se de estudo de coorte, prospectivo, unicêntrico. Todos os pacientes/cuidadores concordantes em participar da pesquisa foram entrevistados, para obter dados prévios à internação e cinemática do trauma. Dados sobre internação hospitalar foram analisados por meio de prontuário eletrônico do sistema AGHU, com recorte temporal de julho/2021 a março/2022 e inclusão diária dos pacientes. Resultados: Dos 182 pacientes avaliados, 25,3% apresentaram tempo de internação dentro da média do Rio Grande do Sul (7 dias). Houve maior prevalência de pacientes do sexo masculino (65,9%). As comorbidades e fator de risco com significância estatística em pacientes com internação prolongada foram HAS (p<0,001), tabagismo (p=0,031), diabetes (p<0,001), dislipidemia (p=0,013) e osteoporose (p=0,004).Dentre as fraturas, observou-se 45,1% fraturas de fêmur, 19,8% fraturas de tíbia, 15,4% fraturas de tíbia e fíbula, 9,3% fratura maleolar (tornozelo). Acidente de motocicleta apresentou maior porcentagem de pacientes (29,1%), seguido de queda de altura (23,1%), queda da própria altura (18,7%), acidente automobilístico (10,4%), atropelamento (9,8%), ferimento por arma de fogo (4,4%), ferimento por arma branca (1,6%) e traumas contusos (2,7%). Acerca das cirurgias canceladas, 37 das 182 cirurgias foram suspensas pelo menos uma vez. Conclusão: Em sua maioria, pacientes apresentaram um prolongamento do tempo de internação por diversas razões, que não as inerentes a sua condição clínica. Quando analisamos idade, mecanismo do trauma, presença de fratura de fêmur ou comorbidades, nenhum foi significativo em relação ao tempo médio de internação hospitalar. Em contrapartida, infecção com necessidade de uso de antibióticos e complicações clínicas no pré ou pós-operatório, fraturas expostas e suspensão de cirurgias tiveram um impacto significativo quando ao número de dias internados. É fundamental identificar no momento da admissão os pacientes com risco de atraso na alta, que necessitem de um planejamento de alta complexo, monitorizando-se situações consideradas de risco. O conhecimento contínuo de indicadores de vigilância faz-se necessário para a redução de infecções pré/pós-operatórias, bem como de indicadores de gestão de pessoas e materiais/salas cirúrgicas para evitar suspensão desnecessária de cirurgias por falta de planejamento ou material físico ou humano.
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