Biodiversidade e carbono: avaliação de diferentes compartimentos florestais como alternativa na mitigação das mudanças climáticas
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Data
2023-11-30Autor
Santos, Breno Magno Silva dos
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As mudanças climáticas estão se intensificando devido ao aumento das emissões de gases de efeito estufa (GEE), provenientes da industrialização e do uso de fontes não renováveis de energia. A preservação das florestas desempenha um papel crucial no ciclo global de carbono, influenciando significativamente na mitigação das mudanças climáticas. Entretanto, o conhecimento sobre a compartimentação do estoque de carbono (EC) total em florestas da Mata Atlântica, especificamente em Floresta Ombrófila Mista (FOM) ainda são escassos no Brasil. Este estudo objetivou avaliar o EC em fragmento de FOM, contemplando os compartimentos: biomassa arbórea acima do solo, necromassa lenhosa (grossa e fina), serrapilheira acumulada, biomassa de raízes e solo. O estudo foi realizado em parcelas permanentes, localizadas em área de conservação pertencente a empresa ADAMI S/A Madeiras no município de Passos Maia/SC. Em inventário florestal realizado em 2021, obteve-se os dados para as estimativas da biomassa arbórea acima do solo e radicular, onde foi realizada a quantificação do EC através de equações alométrica. Para a estimativa do EC na necromassa lenhosa grossa (acima de 10 cm de diâmetro), foi utilizado o método da linha interceptadora. Na coleta da necromassa lenhosa fina (2 a 10 cm de diâmetro) foi utilizado um gabarito de 1,00 x 1,00 m. Para a coleta da serrapilheira acumulada utilizou-se um molde de 0,25 x 0,25 m. O EC no solo foi determinado através de amostras deformadas de 0-30 cm de profundidade no solo. O valor de Diversidade de Shannon (H’) obtido para o presente estudo foi de 3,43 e para o índice de Pielou (J) foi obtido 0,85, confirmando a alta diversidade e baixa dominância de uma ou poucas espécies presentes na área de estudo. Com relação aos estoques de carbono, as espécies que mais contribuíram foram Ocotea porosa, Araucaria angustifolia e Eugenia uruguayensis, sendo que a primeira se mostrou como a espécie mais representativa da área avaliada. O fragmento de FOM analisado estoca 289,97 t/ha de carbono total, 56,32 % se encontram no compartimento do solo, 35,98 % na biomassa florestal (acima do solo e radicular), 5,49 % na necromassa (grossa e fina) e a serrapilheira corresponde a 2,21 %. A empresa possui uma grande área conservada, foi feita uma estimativa de 32.882,60 toneladas de EC e 120.678,01 toneladas de sequestro de dióxido de carbono, em relação a um pequeno fragmento avaliado na área (113,4 ha). Os resultados deste estudo poderão auxiliar no aprimoramento de futuras estimativas no EC nessa tipologia florestal, minimizar a incerteza nos inventários de emissões de GEE relacionadas ao uso da terra, ser base inicial para quantificação para projetos de créditos de carbono na Mata Atlântica, além de demonstrar a grande importância da conservação das florestas como alternativa para a mitigação das mudanças climáticas.
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