Efeito do resveratrol per se e associado à cetamina: avaliação comportamental e de marcadores bioquímicos em camundongos
Fecha
2023-12-04Primeiro coorientador
Brucker, Natália
Primeiro membro da banca
Rosemberg, Denis Broock
Segundo membro da banca
Guerra, Gustavo Petri
Metadatos
Mostrar el registro completo del ítemResumen
A esquizofrenia é uma doença mental grave e crônica, que afeta aproximadamente 1% da
população mundial. É caracterizada por sintomas positivos, negativos e cognitivos, os quais
estão associados, respectivamente, à hiperativação da via dopaminégica mesolímbica e
hipoativação da via mesocortical. O tratamento convencional para a esquizofrenia consiste na
utilização de antipsicóticos típicos e atípicos, que nem sempre são eficazes para todos os
sintomas da doença e cerca de 20-30% dos pacientes não respondem adequadamente a este
tratamento. Por isso, é importante a busca por novos tratamentos e/ou adjuvantes terapêuticos
que possam ser utilizados clinicamente. A cetamina, um antagonista não competitivo dos
receptores NMDA, é utilizada como agente farmacológico para causar alterações
comportamentais tipo-esquizofrenia em modelos pré-clínicos. Dados da literatura demonstram
que o resveratrol (3,5,4′-trihidroxi-trans-estilbeno), um polifenol encontrado em uvas e vinho
tinto, apresenta efeitos antioxidante, anti-inflamatório e neuroprotetor. Estudos demonstram
que o resveratrol modifica marcadores dopaminérgicos em roedores que aumentam a
disponibilidade de monoaminas incluindo a dopamina. No entanto, pouco se sabe sobre seus
efeitos em modelos experimentais de patologias onde as vias dopaminérgicas encontram-se
alteradas como é o caso da esquizofrenia. Este estudo teve como objetivo investigar se o
resveratrol (em diferentes doses) poderia potencializar os efeitos de uma dose baixa de
cetamina em sintomas semelhantes à esquizofrenia em camundongos. Camundongos swiss
machos receberam cetamina (20 mg/kg) por 14 dias consecutivos, e resveratrol (10, 30 ou 100
mg/kg) do dia 8 ao dia 14 do período experimental, ambos por via intraperitoneal. O
comportamento estereotipado, atividade locomotora, interação social e memória espacial
(labirinto em Y) e não-espacial (teste de reconhecimento de objetos novos – NORT) foram
quantificados, bem como análise ex-vivo da atividade da MAO, níveis de IL-6 e marcadores
oxidativos (peroxidação lipídica e tiol total) em tecidos cerebrais. O resveratrol (100 mg/kg)
per se reduziu a atividade locomotora em campo aberto, o tempo de exploração de novo
objeto no NORT e a atividade da MAO-A no estriado. Todos esses efeitos não foram
mantidos quando o resveratrol foi associado à cetamina. Nos camundongos tratados com
cetamina+resveratrol 100 mg/kg, houve diminuição da atividade da MAO-A no córtex e a
cetamina reduziu o número de episódios de comportamento estereotipado no 8º dia do período
experimental. Não foram encontradas alterações significativas nos níveis de IL-6 ou
marcadores oxidativos. Em conclusão, o resveratrol parece não produzir efeitos somatórios
em sintomas semelhantes à esquizofrenia quando associado à cetamina em camundongos. Os
efeitos do resveratrol per se na locomoção e no NORT devem ser melhor investigados.
Colecciones
El ítem tiene asociados los siguientes ficheros de licencia: