O Projeto Crítico de Kant nos prefácios e na introdução da crítica da razão pura: a metafísica no curso seguro de uma ciência
Resumo
Embora seja célebre o pano de fundo da Crítica da razão pura, muito ainda se discute
com respeito a seus intentos, objetivos e tematizações centrais. A ocupação de Kant em
sua obra mais conhecida poderia ser reduzida à formulação de uma epistemologia ou à
fundamentação de um tipo de metafísica? No presente trabalho, nos debruçamos sobre
estas questões tendo por base os Prefácios e a Introdução B da Crítica, examinando-os a
partir de três aspectos: o que se quer fazer, como se pretende fazer e quais seus
resultados. Assim, no primeiro momento identificamos a chamada hipótese da
Revolução Copernicana da Filosofia como inserida na tentativa de uma revolução
fundamental do método da Metafísica e, ao mesmo tempo, na transformação do
conceito de a priori. No segundo, identificamos o método de Kant de demonstração de
seu novo conhecimento apriorístico, o transcendental, como sendo um processo de
abstração de uma experiência como representação, tomando as reflexões iniciais da
Estética Transcendental e as discussões sobre o conceito de espaço. No terceiro,
esboçamos os resultados dessa revolução de método no tocante à Metafísica e na
atuação nas esferas teórica e prática da razão pura. Ao fim, concluímos que Kant só
pode ser compreendido na medida que se percebe a intercalação de tematizações entre
metafísica e epistemologia, coisa bem sintetizada na imagem de Kant como um cientista
da razão pura.
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