Vivências de famílias de crianças com estomia intestinal de eliminação
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Data
2023-03-30Primeiro coorientador
Neves, Eliane Tatsch
Primeiro membro da banca
Simon, Bruna Sodré
Segundo membro da banca
Silveira, Andressa da
Terceiro membro da banca
Cogo, Silvana Bastos
Metadata
Mostrar registro completoResumo
A realização da estomia em crianças geralmente acontece devido a complicações como anomalias congênitas, anorretais e megacólon aganglionar congênito. Dessa forma, os estudos destacam a dificuldade dos pais em aceitarem essa nova condição. A vivência neste contexto gera sentimentos de negação, medo e angústia, na medida em que a atenção da família é fundamental para atender as demandas da criança, necessitando, assim, de auxílio para aquisição de novas habilidades. Este estudo objetivou compreender a vivência de famílias de crianças com estomia de eliminação temporária ou permanente. Trata-se de uma investigação qualitativa do tipo descritivo, exploratório, desenvolvida com seis famílias que vivenciam ou tenham vivenciado o cuidado a uma criança com estomia de eliminação, selecionadas intencionalmente a partir de levantamento realizado em prontuários de pacientes que realizaram cirurgia para confecção de estomia no Hospital Universitário de Santa Maria, no período de 2015 a 2021. Os dados foram coletados de forma remota, via plataforma digital (Google Meet), por entrevista áudio gravadas e, após, transcritas na íntegra e analisados por análise temática indutiva. A partir da análise, desenvolveram-se as categorias: “A doença e o tratamento: da hospitalização ao impacto na família e as “Mudanças e desafios para o cuidado no domicílio”. Os resultados mostraram que a decisão pela confecção da estomia de eliminação trouxe desconfortos para as famílias, fator gerador de estresse, preocupação e ansiedade, em decorrência de um acontecimento inesperado, período reconhecido como de negação. Após o primeiro impacto, as famílias sinalizam comportamentos que condizem ao processo de adaptação e, com a evolução clínica da criança, expectativas pela alta hospitalar eram manifestadas. A vivência no domicílio foi caracterizada pela reorganização significativa da rotina das famílias, bem como o surgimento da sobrecarga materna perante os cuidados com a criança. A constituição de uma rede de apoio contribuiu para o bem-estar do núcleo familiar, bem como as crenças religiosas foram sustentação para mantê-los firme. E a reversão da estomia de eliminação é vista como sinônimo de liberdade e alívio para o núcleo familiar. Concluiu-se que a vivência de famílias de crianças que vivem com estomia de eliminação é permeada por momentos de expectativa e caracterizada como assustadora no âmbito familiar, uma vez que vai além do percurso natural da vida. No domicílio, as famílias reorganizam a dinâmica de cuidado em prol ao bem-estar da criança e ressaltam a importância da constituição de uma rede de apoio.
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