Avaliação biológica in sílico e in vitro de um organoseleneto inovador e sua associação sinérgica em nanopartículas de PCL ao antitumoral paclitaxel vislumbrando a reversão do fenômeno MDR
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Data
2024-03-27Primeiro coorientador
Rolim, Clarice Madalena Bueno
Primeiro membro da banca
Silva, Cristiane de Bona da
Segundo membro da banca
Reolon, Jéssica Brandão
Metadata
Mostrar registro completoResumo
O câncer é caracterizado por uma proliferação desordenada de células, muitas vezes resultante
de mutações genéticas que comprometem a regulação do ciclo celular. Tratamentos
convencionais, como a quimioterapia, embora amplamente utilizados, enfrentam desafios,
incluindo falta de especificidade e resistência. Análogos de nucleosídeos, destacam-se pela
capacidade de perturbar vias metabólicas e regulatórias. No entanto, apesar de ser uma classe
interessante, apresentam limitações como conversão inadequada ao metabólito ativo e
resistência celular. Paralelamente, fármacos antimitóticos da classe dos taxanos, como o
paclitaxel, também apresentam diversos usos como antineoplásicos, conhecidos por estabilizar
microtúbulos; todavia, enfrentam desafios importantes incluindo efeitos colaterais graves e
problemas relacionados a resistência. Dessa forma, este estudo concentrou-se em explorar o
potencial terapêutico do organoseleneto inovador AFAT-Se, sua associação sinérgica com
paclitaxel e ainda incorporação da associação em nanopartículas poliméricas pH-sensíveis.
Sendo assim, utilizando abordagens in silico e in vitro, investigou-se as propriedades físicoquímicas e a atividade biológica deste composto. Resultados promissores iniciais foram
observados, especialmente contra a linhagem tumoral sensível HT-29 (adenocarcinoma
colorretal humano). Além disso, a associação sinérgica com o paclitaxel foi explorada tanto na
forma livre como após co-encapsulação em nanopartículas poliméricas. Estratégias de
formulação foram empregadas, incluindo a adição do copolímero anfifílico poloxamer e do
tensoativo derivado de lisina com contra-íon sódio (77KS), para adicionar efeito de
sensibilização do tumor e comportamento pH-dependente. As nanopartículas apresentaram
características físico-químicas e eficiência de encapsulamento adequadas. A
hemocompatibilidade e o comportamento pH-dependente foram evidenciados pelo ensaio de
hemólise. Ensaios antioxidantes ABTS e DPPH determinaram boa capacidade sequestrante de
radicais livres. A avaliação do perfil de citotoxicidade em células não-tumorais, 3T3 e PBMCs,
forneceu informações interessantes sobre a provável segurança biológica da abordagem
terapêutica proposta. A associação AFAT-Se + PTX, especialmente após co-encapsulação em
nanopartículas pH-sensíveis, foi capaz de sensibilizar as células tumorais resistentes, NCIADR/RES (linhagem celular de tumor de ovário), tanto no modelo celular 2D como no 3D e,
portanto, pode ser considerada uma abordagem interessante para a reversão do fenômeno de
resistência a múltiplos fármacos (MDR). Este estudo destaca a importância das ferramentas
computacionais, da cultura celular in vitro e da nanotecnologia na busca por terapias
antitumorais mais específicas e seguras. Descobertas promissoras evidenciadas neste trabalho
sugerem uma nova direção para o desenvolvimento de terapias contra o câncer, buscando
minimizar efeitos adversos e contornar mecanismos de resistência da célula tumoral.
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