Caracterização da resistência de Rachiplusia nu (Guenée, 1852) (Lepidoptera: Noctuidae) a proteína inseticida Cry1Ac expressa em soja
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Data
2024-08-23Primeiro membro da banca
Nascimento, Antonio Rogério Bezerra do
Segundo membro da banca
Franco, Cláudio Roberto
Metadata
Mostrar registro completoResumo
Rachiplusia nu (Guenée, 1852) (Lepidoptera: Noctuidae) foi historicamente considerada uma praga secundária de soja no Brasil. No entanto, a partir de 2021, danos inesperados de R. nu foram detectados em áreas de produção de soja com expressão da proteína inseticida Cry1Ac de Bacillus thuringiensis (Berliner, 1911) no Brasil e Argentina. Diante disso, o objetivo deste estudo foi selecionar linhagens de R. nu resistentes e suscetíveis a Cry1Ac expressa em soja. Após a seleção, realizaram-se estudos para avaliar a sobrevivência das linhagens resistente e suscetível em soja com expressão de Cry1Ac e soja não-Bt. Posteriormente, caracterizou-se a herança da resistência, avaliou-se a resistência cruzada entre as proteínas inseticidas Cry1Ac, Cry1A.105 e Cry2Ab2 e estimou-se o custo adaptativo da resistência. No estudo de caracterização da herança da resistência foram realizados bioensaios com aplicação de Cry1Ac na superfície da dieta artificial para estimar as concentrações letais de Cry1Ac para as linhagens resistente, suscetível e progênie F1 dos cruzamentos recíprocos (heterozigotos). Para avaliar a resistência cruzada, as linhagens resistentes e suscetíveis foram expostas as proteínas inseticidas Cry1A.105 e Cry2Ab2 também aplicadas na superfície da dieta artificial. O custo adaptativo da resistência foi estimado comparando os parâmetros biológicos das linhagens resistente, suscetível e heterozigotos quando se desenvolveram em folhas de soja não-Bt. As neonatas da linhagem de R. nu resistente à Cry1Ac foram capazes de se desenvolver nas folhas de soja expressando Cry1Ac e originar adultos férteis, enquanto as neonatas das linhagens suscetível e heterozigotos não sobreviveram além dos 10 dias. A razão de resistência à Cry1Ac na linhagem resistente de R. nu foi >736,92 vezes. A herança da resistência a Cry1Ac em R. nu foi caracterizada como autossômica recessiva e monogênica. A linhagem de R. nu resistente a Cry1Ac também apresentou resistência a Cry1A.105 (razão de resistência >159,87 vezes), mas baixa resistência a Cry2Ab2 (razão de resistência = 1,25 vezes), indicando que a soja que expressa as proteínas inseticidas Cry1A.105/Cry2Ab2/Cry1Ac é uma tática eficaz para manejar a resistência a Cry1Ac em R. nu. Os dados de biologia e tabela de vida demostraram que a resistência à Cry1Ac em R. nu não está associada com significativo custo adaptativo. Este é o primeiro estudo que reporta as bases genética da resistência de R. nu a Cry1Ac.
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