Impacto da fibra de polietileno na resistência à fratura e propagação de trincas em restaurações de resina composta MOD
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Data
2024-09-13Primeiro membro da banca
May, Liliana Gressler
Segundo membro da banca
Swarowsky, Luciana Abitante
Metadata
Mostrar registro completoResumo
Cavidades classe II representam um desafio clínico devido à perda de estrutura dental e à
consequente redução da resistência à fratura. A presença de trincas pode fragilizar ainda mais
essa estrutura. Acredita-se que as resinas compostas possam proteger estes dentes. A utilização
de fibra de polietileno (PF) poderia aumentar a resistência das restaurações e prevenir a
propagação de trincas, entretanto, não existem evidências robustas. Este trabalho in vitro
avaliou a resistência à fratura e a propagação de trincas de restaurações mésio-ocluso-distais
(MOD) utilizando resinas compostas nanohíbridas (NH) e bulk fill (BF), com e sem PF, após
simulação de cinco anos de serviço clínico por ciclagem térmica e mecânica. Após a aprovação
pelo Comitê de Ética da Universidade Federal de Santa Maria, foram selecionados 40 molares
íntegros e distribuídos em quatro grupos: Nanohíbrida (NH), Nanohíbrida com PF (NH+PF),
Bulk fill (BF) e Bulk fill com PF (BF+PF). Cavidades MOD foram preparadas e restauradas de
acordo com cada grupo. A maior trinca visível de cada face dentária (vestibular, mesial, lingual
e distal) foi medida com um estereomicroscópio (Discovery V20, Carl Zeiss, Alemanha) em
aumento de 7,5x, após a restauração e após 25.000 ciclos térmicos e 1.250.000 ciclos mecânicos
para avaliar a sua propagação. A resistência à fratura foi avaliada utilizando uma máquina de
ensaios universal e o momento da falha foi registrado em Newtons (EMIC DL1000, Brasil). O
modo de falha foi classificado como favorável ou desfavorável. As análises estatísticas foram
realizadas no programa Jamovi. A resistência à fratura e a propagação de trincas foram
analisadas usando ANOVA two-way. Os modos de fratura foram analisados usando o teste
exato de Fisher. O teste de correlação de Spearman foi utilizado para analisar a associação entre
resistência à fratura e propagação de trincas. A resistência à fratura não foi significativamente
influenciada pelo tipo de resina composta (p = 0,41) ou pela presença de PF (p = 0,89), e
nenhuma interação entre esses fatores foi observada (p = 0,23). Os modos de falha também não
foram afetados pelo tipo de resina composta ou pela presença de PF (p = 0,74). A propagação
de trincas variou entre as superfícies: na vestibular, PF mostrou uma tendência a aumentar a propagação de trincas (p = 0,054), enquanto na mesial, PF aumentou significativamente a
propagação de trincas (p = 0,04). O tipo de resina composta não afetou significativamente a
propagação de trincas nas superfícies mesial, vestibular ou lingual, no entanto, BF apresentou
uma redução significativa na propagação de trincas na distal (p = 0,02). Não foram observadas
interações significativas entre o tipo de resina composta e PF na propagação de trincas em
qualquer superfície. A incorporação de PF nas resinas compostas não afetou a resistência à
fratura ou o modo de fratura; no entanto, a presença de PF foi associada ao aumento da
propagação de trincas nas mesiais. Ambas as resinas compostas demonstraram resistência à
fratura e modos de falha semelhantes, enquanto BF apresentou menor propagação de trincas na
distal.
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