Topologia molecular como supressor de ligações N-H···N=C em bis-hidrazonas
Resumo
As hidrazonas apresentam um perfil químico versátil, contendo propriedades que as tornam úteis para
síntese orgânica como intermediários reacionais e para o desenvolvimento de novos fármacos. As
propriedades intrínsecas desta classe de compostos podem estar ligadas às interações
intermoleculares, que são correspondentes as interações direcionadas por sítios ativos. A
possibilidade de ligação azometina, nomeada também de base de Schiff possuindo uma fórmula geral
R1R2C=N-R3 com R3 sendo aril ou alquil, confere as hidrazonas possibilidades de mudanças
estruturais gerando então uma ampla gama de aplicações em torno dessa propriedade. Além disso, o
núcleo de hidrazona sugere a formação de ligações de hidrogênio, perante a porção N-H•••C=N, que
devido a sua força é plausível ser considerado que direcionam a formação do sistema no estado sólido
cristalino. Neste contexto, o objetivo desse trabalho busca explorar as características cristalinas
presentes em uma série de bis-hidrazonas com diferentes substituintes com foco em avaliar as
interações intermoleculares presentes, tendo como principal ligações de hidrogênio. Para isso, foram
utilizados 9 compostos, sendo um deles previamente cristalizado através de ensaio de cristalização a
partir da evaporação lenta de solvente e posteriormente difratados, enquanto os demais foram
retirados do Centro de Dados Cristalográficos de Cambridge (CCDC). Em seguida, a demarcação do
cluster supramolecular foi empregada para avaliar as interações intermoleculares. Para uma maior
compreensão das interações presentes e uma quantificação das mesmas, foi utilizada uma análise
baseada na Teoria Quântica de Átomos em Moléculas (QTAIM) e verificou-se a supressão de ligações
de hidrogênio possíveis pela porção hidrazona, por conta do substituinte volumoso. No caso, a
topologia molecular impediu a formação de N-H···N como interação motora na formação dos
primeiros núcleos de cristalização. Ou seja, a cristalização nesses compostos é governada por um
conjunto de interações ‘’mais fracas’’ providas dos substituintes. A predominância de interações do
tipo CH···π e π ···π comprovam o efeito supressor dos substituintes volumosos.
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