Hospitalização de Pessoas Vivendo com HIV: características relacionadas ao abandono do tratamento antirretroviral
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Data
2024-11-22Primeiro coorientador
Härter, Jenifer
Primeiro membro da banca
Padoin, Stela Maris de Mello
Segundo membro da banca
Zamberlan, Claudia
Metadata
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INTRODUÇÃO: Após quatro décadas do início da epidemia do vírus da imunodeficiência
humana, ela ainda é conhecida por sua relevância no cenário mundial. Todavia, com o advento
da Terapia antirretroviral o vírus da imunodeficiência humana passou a ser uma condição
crônica de saúde com potencial de controle, aspecto que vem diminuído constantemente o
número de pessoas que vem a óbito em decorrência da aids, mas fica aquém das metas de
eliminação, especialmente no Brasil. Apesar das intervenções para promover o diagnóstico e
tratamento precoces do HIV, a hospitalização e a mortalidade relacionadas à doença avançada
pelo HIV continuam sendo um problema significativo de saúde pública. OBJETIVO:
Relacionar o perfil clínico e epidemiológico das pessoas que vivem com HIV hospitalizadas
com o abandono da terapia antirretroviral. MÉTODO: Estudo de coorte retrospectivo de
caráter documental, realizado com 219 pessoas vivendo com HIV que estavam hospitalizadas
em um hospital de médio porte do município de Santa Maria. Utilizou-se um questionário
elaborado pelo autor do estudo, e avaliado por expertises da área. Usou-se como técnica de
análise de dados descritiva, testes de associação Qui-Quadrado de Pearson e Teste Exato de
Fisher, além da análise de correspondência múltipla. RESULTADOS: Dos 219 participantes
do estudo, 98 (44,7%) abandonaram o tratamento. A média de meses do abandono foi de 14,22
(DP± 8,04) e mediana de 12 meses, com período mínimo de 5 meses e máximo de 47 meses.
Em relação a análise de claustre, identificou-se que o grupo dois estava associado ao abandono
do tratamento e os piores prognósticos, tais como, ser do sexo masculino, da cor de pele preta,
nível de escolaridade menor de oito anos de estudo e não possuir parceria fixa. Quanto as
características clínicas, deu-se ser etilistas, CV alta, LT CD4+ menor que 200 células/mm3 e
quadro clínico compatível a aids. Ainda, quanto à relação com o sistema de saúde, esses foram
diagnosticados na APS, buscaram o serviço devido a sinais e sintomas, tempo de deslocamento
superior a 31 minutos para a retirada da TARV, apresentavam histórico prévio de abandono do
tratamento, registro de três ou mais esquemas de TARV e teve associação com o desfecho óbito.
CONCLUSÃO: Por fim, o estudo corrobora com o perfil já conhecido na literatura, sinalizando
provável falência nas ações implementadas a longo prazo e carência de novas estratégias para
real impacto na prevenção, detecção precoce e tratamento oportuno, evitando as internações
por essa condição.
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