Guerra Fria 2.0: o novo perigo amarelo no discurso jornalístico sobre o sujeito chinês
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Data
2024-11-12Autor
Belarmino, Melissa Sayuri da Silva
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Nesta pesquisa, discutimos o discurso jornalístico sobre os chineses no período pós-pandemia da Covid-19, com foco nos sentidos produzidos pelo jornal Folha de S.Paulo (FSP). Este estudo é relevante, especialmente em um contexto de aumento de discursos de desconfiança e hostilidade em tempos de crise, pois a construção de narrativas de hostilidade em relação aos migrantes pode resultar na marginalização e exclusão de comunidades. A escolha de explorar essa temática se justifica pela necessidade de avaliar se essas representações contribuem para a formação de preconceitos associados à origem dos migrantes, a partir da identificação de possíveis regularidades no discurso jornalístico sobre a China. Partindo do pressuposto de que os chineses podem ser percebidos no Brasil como migrantes indesejáveis e uma ameaça emergente, a pesquisa se orienta pela seguinte pergunta: como o sujeito chinês é apresentado no jornalismo no pós-pandemia da Covid-19? Para responder a essa questão, delineamos três objetivos específicos: a) Identificar as regularidades discursivas que sustentam o discurso sobre o migrante indesejável; b) Compreender como a representação do sujeito chinês no discurso jornalístico pode contribuir para a formação de percepções sociais e políticas sobre os chineses; c) Problematizar as implicações das escolhas lexicais na forma como os chineses são retratados, levando em consideração o papel da mídia na construção do imaginário coletivo sobre a migração. Para explorar essa representação, reunimos um corpus de notícias da Folha de S.Paulo, abrangendo o período de janeiro a dezembro de 2023, fundamentando-nos nos pressupostos teórico-metodológicos da Análise de Discurso (AD). Os resultados indicam a presença de regularidades lexicais, com termos como “espionagem”, “censura” e “regime” sendo frequentemente utilizados nas notícias. Além disso, observamos generalizações que associam as ações do governo chinês à população chinesa como um todo e sentidos associados ao medo, como “temor” e “mal-estar”. Esta análise abre espaço para discutir as noções preconcebidas no discurso jornalístico e como esses discursos podem influenciar a opinião pública sobre a migração no Brasil.
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- TCC Jornalismo [92]
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