Redes interorganizacionais: uma análise das razões de saída das empresas parceiras
Fecha
2007-07-06Metadatos
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Cada vez mais, o desenvolvimento de redes de cooperação interorganizacional é exaltado como alternativa de crescimento. Sua importância é fortemente visível no que diz respeito às empresas de pequeno e médio porte, que, devido à grande competitividade existente, não conseguem agir isoladamente, e tornam-se dominadas pelo mercado. O fato é que as redes somente conseguem grandes vantagens se várias condições forem preenchidas, o que torna o processo um pouco mais complexo. De qualquer maneira, a maioria dos estudos, com algumas ressalvas, afirmam ser esta uma excelente oportunidade de permanência, e, até mesmo, de crescimento no mercado onde as empresas estão inseridas, mesmo que, do ponto de vista empírico, observe-se um número expressivo de empresas que saem do processo cooperativo. Descobrir os motivos que levam à decisão da empresa de sair da rede, além de ser o objetivo deste estudo exploratório, de caráter basicamente qualitativo, pode ser uma alternativa de minimizar os problemas que surgem no decorrer do processo associativo e impossibilitam o alcance dos objetivos estipulados. Para tanto, foram entrevistadas: 1) cinco empresas do ramo de farmácias, que sairam de uma rede específica; 2) a rede propriamente dita e; 3) um novo formato de rede interorganizacional para a qual a maioria das empresas migrou, todas localizadas no Estado do Rio Grande do Sul. A partir dessas entrevistas, pôdese comparar e confrontar diferentes situações e percepções, de empresas e de redes, chegando a análises pertinentes a respeito dos problemas das redes, do perfil das empresas associadas, do processo seletivo praticado no movimento associativista e das razões que levam as empresas a saírem das redes. Em resposta à problemática deste estudo, os resultados evidenciaram algumas variáveis, a citar: tamanho das empresas participantes, assimetria de informações, relações de desconfiança, processo de gestão desenvolvido pelas redes, e a relação custo benefício resultante desse movimento. Outra conclusão resultante deste estudo, evidencia o formato das redes pesquisadas e constata que sua sobrevivência está relacionada a características de gestão muitas vezes questionadas pelas empresas associadas: regras rígidas e quota mínima de compra por associado, o que vem a garantir o poder de barganha que tantas empresas buscam no processo associativista. Todas essas variáveis, segundo constatações dessas análises, influenciam nas decisões das empresas de permanecer ou não na rede, e podem auxiliar as redes que buscam o sucesso em suas cooperações. Dessa forma, o diagnóstico das razões que levam uma empresa a sair da rede a que pertencia contribui em todas as etapas que constituem o desenvolvimento das redes, o que envolve, desde a criação de seu estatuto, formalização de seus contratos e seleção de seus associados, chegando até mesmo na possibilidade de se efetuar a retirada de alguma empresa, por insatisfação ou outro motivo, de maneira menos conturbada e traumática para ambas as partes.