Eficiência das instituições federais de ensino superior brasileiras: o caso da Universidade Federal de Santa Maria
Abstract
O ambiente das Instituições Federais de Ensino Superior, enquanto organizações
universitárias, é complexo. Se de um lado é necessária a cautela quando da abordagem de
modelos que nem sempre conseguem reproduzir dinâmica que é característica de tais
organizações, por outro lado, tem-se a reinvindicação de vários agentes da sociedade por
informações de desempenho das mesmas. Este fato não ocorre apenas no Brasil, pois essa tem
sido uma tendência mundial. Não obstante, as informações acerca da eficiência podem ser
ferramentas de apoio às decisões de gestores quando da utilização dos recursos institucionais,
que são escassos frente as demandas. No entanto, quando se busca no ambiente operacional
informações dessa natureza, como, por exemplo, nos Relatórios de Gestão das respetivas
instituições, que são peças componentes das Prestações de Contas Anuais, as mesmas são
insuficientes ou ausentes. A abordagem da eficiência é relevante tanto para o campo teórico
como para o operacional, pois representa o estudo da alocação de recursos em determinadas
alternativas, em detrimento de outras possibilidade de emprego. Assim, esse estudo acerca da
eficiência, foi desenvolvido visando identificar e analisar o comportamento da eficiência na
utilização de recursos a partir da gestão de uma Instituição Federal de Ensino Superior, no caso
a UFSM, se comparada às demais semelhantes, no período contemplado entre 2007 e 2012.
Para tal, conduziu-se uma pesquisa aplicada, do tipo não experimental ex post facto, de natureza
quantitativa a partir de dados que compõe os Relatórios de Gestão das IFES. O estudo
identificou que as IFES operam com alguma ineficiência total, que pode ser subdividida em
gerencial e de escala. No caso da UFSM, com relação ao porte da instituição levando em conta
o número de aluno, pode-se comprovar que, ao longo do período, a mesma integrou o grupo
das intermediárias. Quanto à eficiência, a respectiva instituição não pertenceu ao grupo das
IFES mais eficientes, nem o contrário, mas os Índices Malmquist indicaram que obteve um
progresso no fator da produtividade total nos últimos anos. Além dos resultados obtidos para o
período que demonstram os scores da eficiência das IFES, como principais resultados se tem
as potencialidade do Modelo DEA na abordagem da fronteira eficiente das IFES, composta de
benchmarks (melhores práticas), as folgas na alocação dos fatores, a evolução desses fatores
quanto ao progresso tecnológico, da eficiência e da produtividade total.