Análise dos fatores que influenciam o processo de interação universidade-empresa nos grupos de pesquisa da UFMA
Resumo
A interação universidade-empresa (UE) tem se tornado objeto de atenção crescente e expressa a preocupação de lideranças políticas, empresariais e acadêmicas, pela necessidade do país desenvolver mais intensamente a sua capacidade de inovação. A pesquisa enfocou o estudo da interação UE nos grupos de pesquisa (GP) da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), tendo-se por objetivo analisar e descrever os principais fatores que influenciam o processo de interação universidade-empresa nos grupos de pesquisa da UFMA. A interação entre universidade-indústria-governo é a chave da inovação numa sociedade baseada no conhecimento e neste contexto existe uma gama de questões culturais, motivadoras, facilitadoras e barreiras que evidenciam a necessidade de se investigar o tema. Dessa forma, surgiu o questionamento que delimitou a nossa questão de pesquisa: Quais os principais fatores que influenciam o processo de interação UE nos GP da UFMA? Para responder a esta questão realizou-se uma pesquisa aplicada, tendo por metodologia a pesquisa bibliográfica, quantitativa e descritiva; na pesquisa documental foram utilizados registros e documentos da UFMA. Utilizou-se o método quantitativo survey cross-sectional, desenvolvido entre março a maio de 2014, junto aos líderes dos GP, das diversas áreas de conhecimento com abrangência aos câmpus de São Luís, Imperatriz, Chapadinha e Codó da UFMA. Como instrumento de pesquisa aplicou-se um questionário, utilizando-se a ferramenta Google docs, tendo participado 55 sujeitos de ambos os sexos. Como resultados foram obtidas as seguintes informações: os GP que manifestaram ter interação com empresas, sendo que os fatores motivadores para interação que obtiveram as maiores índices de concordância foram: ter um registro de patente, para cumprir sua função social a universidade deve transferir tecnologia para empresa; trazer a realidade do mercado para a sala de aula; inserir graduandos no grupo de pesquisa facilita sua inserção no mercado de trabalho como pesquisador; o acesso a financiamento externo do governo promove uma aproximação da academia com o mercado. Foram apontados como fatores facilitadores do processo de interação: a extensão universitária; obtenção de recursos de empresas para desenvolvimento de produtos e/ou processos; os alunos que participam de pesquisas acadêmicas voltadas para a indústria têm mais facilidade de inserção no mercado de trabalho; existe maior possibilidade de contratos de consultoria quando o pesquisador interage com a empresa. Como barreiras à interação, tem-se a inexistência de canais de informação entre a academia e o mercado e procedimentos institucionais para o relacionamento com empresas e de estruturas administrativas que favoreçam a relação universidade-empresa. O perfil dos GP é representado por profissionais com idade média de 50 anos e tempo de atuação na UFMA de 18 anos, a maioria com doutorado e com o inicio da carreira de pesquisador a partir do ingresso na UFMA. Pequena parcela dos líderes dos grupos declarara ter relacionamento com empresas, não se estabelecendo conexões consistentes entre a infraestrutura científica e o setor produtivo. Conclui-se que este estudo atingiu o objetivo proposto, pois foi possível identificar o perfil dos GP da UFMA, analisar e descrever as modalidades de interação utilizadas pelos GP e os fatores que intervêm no processo de interação universidade-empresa: motivadores, facilitadores e barreiras.