Toxidez de alumínio em genótipos de Pfaffia glomerata (Spreng.) Pedersen e Pfaffia tuberosa (Spreng.) Hicken
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Data
2008-02-22Primeiro coorientador
Schetinger, Maria Rosa Chitolina
Metadata
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A toxidez do alumínio (Al), especialmente em solos ácidos, é um fator determinante
da baixa produtividade para muitas culturas e, embora um considerável número de trabalhos
seja desenvolvido com a finalidade de elucidar esse problema, praticamente inexistem estudos
em plantas medicinais. O objetivo do presente trabalho foi identificar e caracterizar aspectos
morfológicos, fisiológicos e bioquímicos da toxidez do Al em dois acessos de Pfaffia
glomerata (BRA e JB/UFSM) e em um acesso de Pfaffia tuberosa. Em condição de cultivo in
vitro, as plântulas dos três acessos foram submetidas a cinco concentrações de Al (0, 50, 100,
150 e 200 mg L-1) e após 24 dias foram avaliados vários parâmetros de crescimento. Já em
sistema de cultivo hidropônico, os dois acessos de P. glomerata foram submetidos às mesmas
concentrações de Al por 7 dias e após avaliaram-se o crescimento e vários parâmetros
bioquímicos ligados ao estresse oxidativo. Em ambas as condições de cultivo, as
concentrações de Al acima de 100 mg L-1 afetaram negativamente a maioria dos parâmetros
de crescimento nos dois acessos de P. glomerata, enquanto a P. tuberosa não foi afetada.
Entretanto, no cultivo in vitro verificou-se aumento do crescimento de ambos acessos de P.
glomerata na presença de 50 e 100 mg L-1 de Al. No sistema de cultivo hidropônico, embora
os padrões de produção de biomassa e alongamento das raízes sejam diferentes entre os dois
acessos de P. glomerata, verificou-se que o acesso BRA foi mais sensível à toxidez de Al do
que o acesso JB/UFSM. A concentração de Al nos tecidos das raízes e parte aérea aumentou
com o incremento de Al no substrato de cultivo, porém nas raízes foi maior. O Al provocou
aumento mais pronunciado na peroxidação lipídica do acesso BRA. A concentração de H2O2
nas raízes do acesso JB/UFSM diminuiu em 150 mg L-1 de Al; por outro lado, houve aumento
de H2O2 na parte aérea dos dois acessos. A toxidez de Al provocou maior alteração na
atividade da catalase (CAT) nas raízes do que na parte aérea. A atividade da CAT de raízes do
acesso JB/UFSM aumentou na presença de 50 e 200 mg L-1 de Al, enquanto no acesso BRA
ela decresceu em todos níveis de Al. Em geral, tanto em raízes como na parte aérea, a
atividade da ascorbato peroxidase (APX) foi mais alta no acesso BRA do que no JB/UFSM.
Por outro lado, o decréscimo na atividade da superóxido dismutase (SOD) pela presença de Al
foi maior no acesso BRA do que no JB/UFSM. Já com relação ao sistema antioxidante não
enzimático, houve um aumento na concentração de ácido ascórbico (AsA) nas raízes do
acesso BRA e na parte aérea dos dois acessos, por outro lado houve redução da concentração
de AsA nas raízes do acesso JB/UFSM. Já a concentração de grupos tióis não protéicos
(NPSH) foi reduzida nas raízes de ambos os acessos pela presença de Al. A concentração de
NPSH na parte aérea do acesso JB/UFSM aumentou na presença de Al. Já no acesso BRA
houve aumento da concentração de NPSH na presença de 100 mg L-1 de Al, enquanto houve
redução de NPSH nas concentrações de 50, 150 e 200 mg L-1. Concluiu-se que a redução do
crescimento dos acessos de P. glomerata induzida pela toxidez de Al deveu-se ao aumento do
estresse oxidativo, sendo que o acesso JB/UFSM possui um sistema antioxidante mais
eficiente do que o acesso BRA na remoção das espécies reativas de oxigênio.