Emergência e crescimento inicial de plantas de girassol sob excesso hídrico
Abstract
O cultivo de girassol tem grande potencial de sucesso em diferentes regiões edafoclimáticas. Entretanto, a ocorrência de estresses, dentre eles o excesso hídrico do solo, é prejudicial ao desenvolvimento e produção da cultura. O objetivo deste trabalho foi determinar os estágios iniciais de desenvolvimento em que a ocorrência de excesso hídrico e sua duração mais afetam negativamente a emergência e o crescimento inicial de plantas de girassol. Os experimentos foram conduzidos na área experimental do Departamento de Fitotecnia da UFSM, durante o segundo semestre de 2011. Foram realizados três experimentos em casa de vegetação e um experimento a campo. Na casa de vegetação os experimentos foram conduzidos em vasos, com tratamentos constando da aplicação de excesso hídrico em diferentes estágios iniciais de desenvolvimento (data da semeadura, três dias após a semeadura, data da emergência, estágio V2 e estágio V4) combinados com diferentes durações (0, 48, 96, 144, 192 e 240 horas), sendo bifatorial no delineamento inteiramente casualizado. Foram determinadas as variáveis: porcentagem e velocidade de emergência após a emergência estabilizar; massa seca de parte aérea e raízes, área foliar, altura de plantas, número de folhas, comprimento máximo de raízes e da raiz principal, além de alguns índices de crescimento, determinadas ao final da aplicação do último tratamento de excesso hídrico. O experimento a campo, conduzido no delineamento inteiramente casualizado, constando de semeaduras semanais realizadas entre 28/07/2011 e 27/11/2011, para as quais ocorreram diferentes condições de excesso hídrico, temperatura do solo e umidade do solo. A temperatura do solo foi monitorada por sensores Pt-100, enquanto o excesso e a umidade do solo foram determinadas pelo balanço hídrico sequencial, sendo correlacionadas com a porcentagem de emergência, índice de velocidade de emergência e número de dias do subperíodo semeadura-emergência. Verificou-se que o excesso hídrico é mais prejudicial para o girassol no subperíodo semeadura-emergência, pois afeta negativamente a emergência e consequentemente, a população de plantas, reduzindo significativamente o crescimento de parte aérea e raiz, mesmo sob apenas 48 horas de excesso. Aplicado após a emergência, o excesso hídrico causa redução significativa do crescimento da parte aérea, enquanto no solo são formadas raízes secundárias e adventícias. Tanto o excesso quanto o déficit hídrico é prejudicial à emergência no campo, sendo que a umidade entre 80 e 85% da capacidade de armazenamento do solo, e a temperatura do solo de 21,5 °C são as condições mais adequadas.