Avaliação de cultivares de soja [Glycine max (L.) Merrill] quanto à tolerância à Rhizoctonia solani
Resumo
O objetivo deste trabalho foi avaliar a resistência genética de cultivares comerciais quanto aos possíveis danos causados por Rhizoctonia solani em condições de umidade controlada. Para isso o trabalho foi dividido em partes, onde teve início a partir da obtenção do patógeno identificado no grupo de anastomose AG-4, responsável principalmente por causar podridões ao sistema radicular e tombamento de plântulas de soja. Em seguida foi realizada a sua propagação em laboratório, cultivado em placas de petri, e após em um meio de cultura utilizando farinha de milho, areia e água destilada, onde avaliou-se doses de inóculo distintas (0, 5, 15, 25 e 40 g) visando adequar as condições necessárias para obter os danos. Para os ensaios em casa de vegetação, todas as unidades experimentais foram formadas por uma bandeja de polietileno com capacidade para 2,5 L, contendo 5,5Kg de areia estéril, com adubação complementar e com 80% da capacidade de campo. Para a avaliação das doses de inóculo, procedeu-se a abertura de 5 linhas em cada bandeja e aplicou-se os tratamentos com as quantidades avaliadas, com 4 repetição, sendo cada bandeja uma repetição. Dois dias após a inoculação, foram semeadas 50 sementes em cada bandeja. Esse procedimento foi realizado duas vezes, sendo cada vez, com uma cultivar distinta. Avaliou-se a germinação e os danos causados ao sistema radicular, considerado ao final que 25g suficiente para causar danos. Procedeu-se avaliações de germinação e sanidade de 40 cultivares, onde 10 foram selecionadas para serem utilizadas no ensaio final. Por fim, as cultivares selecionadas foram avaliadas em casa de vegetação em duas condições de exposição ao patógeno, com e sem R. solani, formando um esquema bi fatorial (10x2) com 20 tratamentos. Foram avaliadas emergência de plântulas, e tombamento em pré emergência, e para análises morfológicas, aos 28 DAS, avaliou-se altura de plantas, massa fresca e seca da parte aérea, massa fresca e seca de raiz e comprimento e volume radicular. Para a emergência, não houve diferença significativa entre cultivares sem inoculação, porém, em condições de exposição ao inóculo as cultivares NS 5959, TEC IRGA 6070 e CEP 64 mostraram-se superiores. Para avaliações de podridão em pré-emergência, a cultivar com maiores índices foi a BMX PONTA, com 53,86% das sementes. Para altura de plântulas, as cultivares mais precoces apresentaram os maiores valores, sendo a NS 5959 e V-TOP com os melhores índices. Tanto a massa fresca quanto a massa seca da parte aérea não apresentaram diferenças estatísticas entre cultivares e entre tratamentos. Já a análise do sistema radicular mostrou melhores resultados para as cultivares TEC IRGA 6070, NS 5959, CEP 64 e V-TOP para comprimento radicular, V-TOP e TEC IRGA 6070 para massa fresca e seca de raiz e volume de raiz. Em avaliação de confirmação de patógeno, o resultado foi positivo para todas as análises realizadas. Em conclusão, é possível verificar grande vulnerabilidade de cultivares a R. solani, que é um importante patógeno encontrado em condições de várzea e que pode causar grande perdas de produtividade.