Tamanho de amostra para a avaliação de doenças em experimentos com arroz e trigo
Resumo
A brusone da folha e a mancha amarela são as principais doenças do arroz e do trigo,
respectivamente, tanto por serem comumente encontradas quanto pelo seu potencial
destrutivo. Devido a isso, a comprovação da eficiência de métodos de controle através de
experiências é de suma importância, uma vez que estes resultados serão usados como
referência por técnicos e produtores. A precisão experimental está relacionada com a
escolha adequada do delineamento (controle local), do número de repetições, do tamanho
da amostra na parcela, entre outros. No caso de experimentos de controle envolvendo
fungicidas, que é o principal método de controle de ambas as doenças, a amostragem de
folhas nas parcelas é necessária, pois mensurar toda a população torna-se inviável. A
amostragem gera um novo erro (amostral) dentro da parcela, e este deve ser minimizado
através de um dimensionamento amostral adequado. Deste modo, o presente trabalho teve
por objetivo determinar tamanhos de amostra necessários para avaliar a severidade da
brusone da folha do arroz e da mancha amarela do trigo. Para isso, foram utilizados
resultados de experimentos de controle químico realizados durante as safras 2009/2010 e
2010/2011. O procedimento de coleta e análise dos dados foi idêntica em todos os
experimentos, independente da cultura. Em todos eles, as doenças foram mensuradas aos
sete, 14 e 21 dias após a aplicação dos fungicidas através da amostragem de 10 folhas nas
parcelas. As variáveis estudadas foram a severidade das doenças e a área abaixo da curva
de progresso das doenças (AACPD). Os dados foram submetidos a análise de variância
para a obtenção dos erros experimental e amostral, e assim, através do teste de hipótese,
verificar se o dimensionamento amostral e o número de repetições foram adequados. O
afastamento da aleatoriedade da variável severidade foi testado com o objetivo de
determinar se a metodologia utilizada no cálculo do tamanho da amostra foi adequada. O
teste de afastamento da aleatoriedade mostrou que ambas as doenças comportaram-se de
foram distintas, tanto entre os tratamentos quanto entre as avaliações, ora distribuindo-se de
forma aleatória no campo, ora não. Desse modo, a associação de distribuições teóricas (que
indicam distribuição aleatória ou agregada da doença no campo) à formula utilizada no
cálculo do tamanho da amostra é inadequado. O tamanho de amostra necessário para
mensurar a média da severidade das doenças nas parcelas não foi o mesmo em todos os
tratamentos e entre as avaliações. Este resultado era esperado, uma vez que, na grande
maioria dos experimentos, a média das doenças foi distinta entre os tratamentos e entre as
avaliações. Este resultado levou a uma constante mudança na relação entre a variância e a
média, que é um indicativo da dispersão da doença no campo, dispersão esta que esta
relacionada com a intensidade amostral. Por fim observou-se que, para mensurar a média
da variável AACPD, é necessário avaliar menos folhas nas parcelas. Deste modo,
recomenda-se que, sempre que possível, utiliza-se a variável AACPD como forma de
comparação entre os tratamentos.