Determinação cromatográfica e eletroforética de diuréticos e laxantes em formulações farmacêuticas a base de plantas medicinais
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2012-07-20Metadatos
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O uso de ervas medicinais como tratamento alternativo tem crescido por se acreditar que
produtos naturais não causam danos à saúde. No entanto casos de adulteração de produtos naturais
com adição não declarada de fármacos sintéticos, presumidamente para aumentar a eficácia dos
mesmos, têm sido relatados na literatura. No caso de formulações emagrecedoras os principais
adulterantes já encontrados são anorexígenos, antidepressivos, benzodiazepínicos, diuréticos e
laxantes. A identificação destas fraudes só é possível com a aplicação de metodologias analíticas
capazes de detectar a presença destes adulterantes nas formulações. Este trabalho descreve o
desenvolvimento de duas metodologias empregando técnicas de separação com detecção
eletroquímica para a determinação de diuréticos e laxantes como adulterantes em produtos naturais.
O método empregando eletroforese capilar de zona (CZE) com detecção por condutividade sem
contato (C4D) permite a determinação simultânea de amilorida, clortalidona, hidroclorotiazida,
furosemida e fenolftaleína nas condições otimizadas: eletrólito de trabalho tampão fosfato 20 mmol L-1
(pH 9,2) contendo metanol 30% (v/v), potencial de separação -15 Kv, temperatura 25 °C; injeção
hidrodinâmica por gravidade em 20 cm durante 60 s. O método empregando cromatografia de par
iônico (IPC) com detecção por amperometria pulsada (PAD) permite a determinação de
hidroclorotiazida, clortalidona e furosemida nas seguintes condições: fase móvel tampão fosfato 5
mmol L-1 (pH 4,5) contendo SDS 0,3 mmol L-1 e metanol 50% (v/v); potencial de amostragem de +0,8
V; potenciais de limpeza de -0,2 V e +1,0 V; e fluxo de 1,0 mL/min. Os dois métodos foram validados
nos parâmetros de linearidade, limite de detecção, limite de quantificação, precisão, exatidão e
seletividade e, foram aplicados na análise de 26 amostras de produtos naturais emagrecedores
adquiridos de farmácias de manipulação de nove estados brasileiros. Em três das 26 amostras foi
identificada a presença ilegal do diurético hidroclorotiazida em concentrações que variaram de 0,6 a
7,0 mg/cápsula. Além disso, outras cinco amostras ditas naturais continham declarado no rótulo das
embalagens a presença dos diuréticos sintéticos hidroclorotiazida ou furosemida. Os dois métodos
foram capazes de identificar os adulterantes presentes nas amostras com alta seletividade e
sensibilidade. Além disso, apresentaram resultados bastante aproximados com relação às
concentrações encontradas dos adulterantes nas formulações. Ainda não existe uma
regulamentação unificada estabelecida pelos órgãos governamentais para o controle de produtos
fitoterápicos. Cada país tem a sua legislação, porém a comercialização destes produtos é
globalizada. Talvez por isso a adulteração de produtos naturais vem sendo uma prática recorrente em
diversas partes do mundo. Logo, uma regulamentação efetiva para os produtos de origem natural,
pode resultar na redução destas infrações, ou punição dos infratores, garantindo assim os direitos
dos consumidores de realizar um tratamento de qualidade, seguro e eficaz, sem prejuízo à saúde.