A vivência da halitose e suas implicações no comportamento de adultos
Fecha
2012-07-24Metadatos
Mostrar el registro completo del ítemResumen
O olfato tem uma ligação próxima com as áreas cerebrais que envolvem a emoção, o aprendizado e a memória, e talvez seja por isso que as memórias olfativas evoquem emoções. Em Odontologia, algumas situações que envolvem presença de odores desagradáveis podem causar algum desconforto, como é o caso da halitose, popularmente chamada de mau hálito. A halitose é definida como um odor ofensivo proveniente da boca, cavidades nasais, seios da face e/ou faringe. Este estudo teve como objetivo compreender como a halitose é vivenciada pelas pessoas e detectar os seus reflexos no comportamento dos acometidos. Para isso, utilizou-se uma metodologia qualitativa e a coleta dos dados foi realizada nas dependências do Curso de Odontologia da Universidade Federal de Santa Maria. A população de estudo foi constituída por doze indivíduos adultos de ambos os sexos e com queixa de halitose. O grupo de estudo foi considerado suficiente quando as informações começaram a se repetir, indicando a saturação dos dados. Esta investigação qualitativa utilizou entrevistas individuais semiestruturadas como procedimento para coleta dos dados. Após cada entrevista, as informações eram integralmente transcritas para posterior submissão à análise. Para interpretar os dados e melhor compreender os significados, foi utilizada a técnica de Análise de Conteúdo, na
modalidade temática. A análise incluiu temas que eram esperados e também os que emergiram durante o trabalho. Após a análise, foram obtidas seis categorias relacionadas à halitose: Mau hálito é um cheiro horrível ; Eu me sinto muito mal, em desespero ; Falar é perder o amigo ; Eu viciei em chicletes ; Cura: um divisor de águas na minha vida e Os profissionais da Odontologia deveriam estar preparados . Foi possível verificar que as pessoas associam fatores intrabucais e distúrbios gastrintestinais como possível causa da halitose. Do ponto de vista comportamental, os indivíduos que apresentam essa alteração frequentemente sentem-se inferiorizados e rejeitados, evitando o convívio social. Todos preferem ser alertados sobre o mau odor bucal pelos amigos e/ou familiares, entretanto, não avisariam a outras pessoas sobre a mesma condição. Ainda, observou-se que utilizam abundantemente recursos mascaradores do hálito e veem o cirurgião-dentista como o principal responsável por diagnosticar e tratar a halitose, e consideram escassas as informações disponíveis sobre o assunto. Assim, concluímos que halitose é uma alteração capaz de afetar a autoestima e a autoconfiança das pessoas, interferindo negativamente no comportamento social, e que o tema halitose requer ações multiprofissionais de ampla abrangência populacional a fim de esclarecer dúvidas e mitos referentes à sua etiologia e ao seu tratamento.