Incidência de defeitos dentinários e fratura vertical da raiz após retratamento endodôntico e ciclagem mecânica
Resumo
O objetivo deste estudo foi avaliar a incidência de defeitos dentinários e Fratura Vertical da Raiz (FVR) em dentes submetidos ao retratamento endodôntico e ciclagem mecânica. Métodos: Duzentos pré-molares monorradiculares foram divididos em cinco grupos. Quarenta dentes não receberam intervenção endodôntica (grupo controle). O restante dos dentes foram preparados com limas ProTaper até a lima F3 e obturados com guta percha e AH Plus. Oitenta dentes foram obturados com a técnica de compactação lateral (TCL) e oitenta dentes com a técnica do cone único (TCU). O material obturador de quarenta dentes de cada grupo foi removido com limas ProTaper para retratamento, o canal foi repreparado com limas ProTaper até a lima F5 e reobturado com TCL (grupo RTCL) e TCU (grupo RTCU). Todos os grupos foram submetidos à ciclagem mecânica (1.000,000 ciclos, 130 N, 2.2 Hz e 37 ° C). As raízes foram seccionadas horizontalmente em 3, 6 e 9 mm do ápice e observadas em estereomicroscópio com 20X de aumento. As fatias de dentina foram classificadas em: nenhum defeito‟, Fratura Vertical da Raiz‟ e outros defeitos‟. Os dados foram submetidos à análise estatística com nível de significância fixado em α = 0.05. A diferença entre os grupos foi analisada utilizando os testes, Exato de Fisher e Qui-quadrado. Resultados: A ciclagem mecânica por si só não provocou defeitos dentinários e FVR. Os grupos que receberam intervenção endodôntica apresentaram maior quantidade de defeitos dentinários que o grupo controle (P = 0.021). Os grupos submetidos ao retratamento (RTCL e RTCU) apresentaram similaridade com os grupos submetidos ao tratamento primário com relação à presença de defeitos dentinários (P > 0.05). FVR foi observada somente no grupo RTCU. Conclusão: O tratamento e retratamento endodôntico são procedimentos que induzem a poucos defeitos dentinários. As técnicas de obturação parecem não interferir nos resultados com relação ao número de defeitos dentinários e FVR em pré-molares monorradiculares humanos.