Reabilitação auditiva de idosos em um programa de atenção à saúde auditiva
Resumen
As dificuldades observadas em idosos quanto ao reconhecimento de fala na presença de estímulos competitivos, e para realizarem o uso, manuseio e cuidados
adequados das próteses auditivas, serviram de motivação para a realização do presente estudo, que objetivou avaliar os efeitos de um programa de reabilitação auditiva nas habilidades de reconhecimento de fala, no silêncio e no ruído, e ordenação temporal dos padrões de duração e frequência dos sons, e abordar algumas das questões práticas a serem consideradas no processo de adaptação de próteses auditivas em idosos. O grupo estudado foi composto por 17 idosos, novos usuários de próteses auditivas, adquiridas através do Sistema Único de Saúde, entre a faixa etária de 60 e 84 anos de idade, distribuídos em Grupo Controle, que somente fez uso das próteses auditivas, e Grupo Estudo, submetido a um programa de reabilitação auditiva, estruturado em sete sessões, que abrangeu o aconselhamento e treinamento auditivos. Todos os indivíduos foram submetidos a
dois momentos distintos de avaliação, inicial e final do estudo, que totalizou sete semanas entre as avaliações. No artigo I foram considerados os resultados obtidos para o reconhecimento de fala, no silêncio e no ruído, através do teste Listas de Sentenças em Português, e analisadas as questões práticas a serem consideradas no processo de adaptação de próteses auditivas em idosos, e no artigo II, os
resultados obtidos para a habilidade de ordenação temporal dos sons, através dos testes Padrões Sequenciais de Duração e Padrões Sequenciais de Frequência. Concluiu-se que os sujeitos de ambos os grupos não apresentaram melhora
satisfatória no reconhecimento de fala, tanto no silêncio, quanto no ruído. Por outro lado, os sujeitos submetidos ao programa de reabilitação auditiva apresentaram
melhora estatisticamente significante para realizar o reconhecimento, ordenação temporal e nomeação dos padrões de duração e de frequência dos sons, e
demonstraram maior independência e segurança quanto às competências práticas consideradas nesse estudo, em relação aos idosos que somente fizeram uso das próteses auditivas, durante o mesmo período.